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O som do despertador tocando é distante

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O som do despertador tocando é distante. Ele se revira na cama, sem vontade alguma de levantar. Abre os olhos, e encara o teto. Depois de alguns minutos, levanta e decide tomar banho. Tira a única peça que usava, uma calça moletom cinza, e entra debaixo do chuveiro, esperando que seus problemas desçam pelo ralo junto com a água. Fica alguns minutos com a cara virada para cima, esperando que a água o acorde.
Ele sente dor no corpo todo, como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Mas na verdade, foi uma briga. Um ódio que se estendia por muitos anos, e agora, a bomba estorou. Sua richa com Ethan Dilaurentis é antiga, desde os tempos da escola. Brigaram por coisas bestas, mas que com o tempo, acabou que um odiasse o outro.
Martin não sabe a sensação estranha que sentiu, quando viu ele colocando as mãos em Liz. Tudo bem que eles se odiavam a um tempo atrás, ou melhor, ela o odiava a uns tempos atrás, mas ele ia machucar ela. Ethan é um babaca.
— Martin você quer acabar com a água do mundo?- escuta a voz abafada da mãe e grunhe frustrado. — Saia já!
Ele desliga o chuveiro e enrola a toalha na cintura. Sai do banheiro e junto com ele, o vapor da água quente que tomava banho alguns minutos atrás. Pega uma cueca, calça de moletom também, já que vai ficar em casa, e uma blusa qualquer. Depois de vestido, desce as escadas em direção a cozinha, e não sabia que sentia tanta fome, até sentir fome. Se senta na mesma cadeira de sempre, até que a Sr. Chatinha, chega com seus super poderes de ser insuportável.
—'Nananinanão, pode levantando essa
bunda daí.- Liz resmunga e ele revira os olhos.
— Que bom que anda reparando na minha bunda, Sr. Chatinha, alguém tinha que exercer essa função.- ele percebe a ruga em sua testa se formar, e sua boca abre e fecha diversas vezes.
— Olha aqui seu..
— Tudo bem aqui, querida?- Mabel aparece, e a abraça de lado. Martin sorri sorrateiro em sua direção e toma a toalha de sua mão, a esticando na mesa.
— Até que você sabe fazer alguma coisa útil da sua vida além de me irritar.- declara quando a mais velha se afasta.
— Mas te irritar é minha especialidade, chatinha.- ela revira os olhos com o apelido.
— Para de me chamar de chatinha, que saco!
— Você parece uma senhorinha de oitenta anos rabugenta, é adorável.- ele nota suas bochechas ganhando tom avermelhado, e um silêncio estranho se estende. Ele a ajuda montar a mesa. Colocam pratos, talheres e copos, até que Liz sai da sala, e volta com algumas flores em um vaso. São girassóis.
— São as minhas favoritas. Peguei do jardim.- ela dá de ombros se explicando, e ele assente. Ela ajeita o vaso na mesa, e arruma as pétalas fujonas que insistiam em cair. Depois de tudo pronto, sorriem orgulhosos com o resultado que tiveram.
— Sabe, se vocês não implicassem tanto um com o outro, vocês formariam uma boa dupla.- Carol comenta quando se senta ao lado de Jolie, para tomarem café. Martin e Liz se olham por um momento, ela revira os olhos e dá de costas, indo ajudar Wendy com o resto do café. Martin fica parado no meio da cozinha, parecendo um bobo da corte.

Martin afinava as cordas de sua guitarra, e Josh limpava sua bateria. Hoje eles teriam seu primeiro ensaio pós- hiatus, assim apelidado por eles. Decidiram dar uma pausa, para se dedicar aos estudos, porém nos tempos livres - como agora - eles davam tudo de si ensaiando.
— Cheguei, desculpem o atraso.- Tom passa pela porta da garagem com seu baixo em mãos. Desde que se entendem por gente, os três garotos ensaiam na garagem do loiro, é como uma tradição. Mesmo após as brigas, eles ainda continuam aqui.
— Alguma nova?
— A mesma de sempre.- Martin se posiciona em seu lugar de frente para o microfone. Ele é o guitarrista e vocalista da The Roxy, a banda dos garotos. Criada para passar o tempo, e curtir o último ano no estilo, criaram durante uma detenção que levaram juntos.
Gravaram alguns covers e postaram no
YouTube. Boooomm, 2 semanas depois,
eles já eram os astros da escola, e isso era incrível. Para Martin, a fila de garotas aos seus pés triplicou. Já Tom, por ser um pouco mais tímido, não dava muita bola para as garotas, e Josh, tinha olhos apenas para Ben.
A adolescência todinha dos quatros garotos, Carol e Elena foi nesta garagem, e olhando ao redor, parece que cresceram bem aqui. Depois de alguns minutos, os acordes de 'Ghost of You' se iniciam. Eles sabem tocar essa de olhos fechados, e de trás para frente, já que tocaram diversas vezes. Martin entrega tudo, e deposita toda sua dor nas finas cordas de sua guitarra, fazendo um som de arrepiar. Josh na bateria, dá tudo de si. E acrescentando a guitarra, faz com que a música melhore muito, se é que isso é possível. Já Tom, entra apenas nos refrões, ou em notas mais altas.
Quando finalizada, Martin sorri aliviado. E ali, entende o porque gosta tanto de tocar.
Tudo que mata, o faz sentir vivo.

Até Que o 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑆𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 Nos Separe. Onde histórias criam vida. Descubra agora