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Sentia meus joelhos doerem e de repente respirar se tornou um fator complicado

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Sentia meus joelhos doerem e de repente respirar se tornou um fator complicado. Meus olhos procuram desesperadamente pelo local, atrás de qualquer vestígio dele. Ele. Martin Martinez. O garoto dos meus sonhos. E o mesmo garoto que por um deslize, quase o deixei ir definitivamente noite passada. Varro o local com os olhos, mas nenhum um sinal. Ando de um lado para o outro, enterro as mãos no cabelo, completamente frustrada. Droga, por que eu tinha que ser tão explosiva?
E como um soco no estômago, a ficha de que nesse momento ele provavelmente atravessa o oceano cai, e sinto as lágrimas me atingirem por completo. Não me importo com as pessoas ao redor olhando, e com certeza, me julgando. Afinal, uma garota em seus trajes de dormir, com uma pantufa da Minnie, os cabelos desgrenhados e chorando parada no meio do aeroporto, me parece super estranho também. Mas neste momento, nada disso me parece importante. Martin é a única pessoa que ocupa minha mente neste exato momento.
— Liz? - a voz me desperta, e sinto meu coração se aquecer de felicidade. Pulo em seus braços, o abraçando forte, e ele retribui. — Achei que você não vinha.
— Claro que eu viria, né, melhor amigo fã da Taylor Swift. - uso o apelido que lhe dei quando fazia intercâmbio, o suficiente para fazê-lo sorrir. — Ei, por um acaso, você viu o Martin por aí?
— Não vi, amiga, desculpa. Na real, não vejo ele desde ontem a noite, quando nos despedimos no restaurante. - suspiro triste, e vejo quando Ben se aproxima, com comidas em mão.
— Bom dia, Liz! Dormiu bem? - me cumprimenta e oferece uma das comidas que carrega nas mãos, e apenas nego gentilmente. Meus olhos nem por um segundo sequer deixam de varrer esse aeroporto e encontrar os olhos verdes que tanto procuro. Meu par de olhos verdes.
— E as meninas? Não vieram?
— Estão a caminho já. Tom perdeu o horário e blá blá blá, você o conhece. - Josh explica e rio, me lembrando do jeitinho do garoto. — Liz, "tá tudo bem mesmo?
— 'Tá sim, só preciso ir ao banheiro. Um segundinho. - eles anuem com a cabeça e procuro o banheiro mais próximo de vista, logo o localizando bem ao meu lado. Meus passos até o local são rápidos, mas quando uma coisa, ou melhor, alguém se choca contra mim, consigo enxergar estrelas perfeitas. O cheiro é extremamente familiar, e quando meus olhos sobem dos tênis Vans a blusa de banda, sinto meu coração se aquecer por completo. Nos rencontramos do mesmo jeito que se conhecemos: se trombando no aeroporto. Não penso duas vezes antes de me jogar em seus braços quentes, recebendo o melhor abraço de urso da vida. Não me importo com as palavras que disse ontem, pois ele sabe mais do que ninguém que foram da boca para fora. Eu amo esse garoto, e sou completamente apaixonada por ele. Tão apaixonada que chega ser bobo, idiota.
— Me desculpa, eu...- minha voz não sai mais que um sussurro devido as lágrimas, e ele faz questão de as limpar.
— "Tá tudo bem, linda. Sério mesmo. - ele me garante e sinto confiança em suas palavras, me agarrando nelas.— Fiquei tão preocupado com você.
— E eu com você. Olha o estado que vim te procurar, valoriza garoto. - agora que ele finalmente parece se tocar do jeito que estou vestida, gargalha. Mas não é uma gargalhada do tipo rir e acabou. É aquela gargalhada que contagia, que faz a barriga doer.
— Garota, você é incrível. - ele segura meu rosto minúsculo em comparação a suas mãos gigantes e me beija. Nossas línguas dançando uma harmonia perfeita, enquanto meus dedos brincam com seus fios. — Espera aí, meu vôo é daqui 15 minutos.
— Martin, eu não quero dizer adeus.
— Nem eu, linda, acredite, mas é preciso. Já disse e repito, eu nunca vou te deixar. Nem que me peçam eu te deixo, docinho. - seus polegares acariciam minhas bochechas vermelhas devido ao choro, e descem até minha boca, a contornando. Seu olhar é quente, marcante e intenso, e me observa com cautela, prestando atenção nos mínimos detalhes. Ele me olha como se fosse a obra de arte mais rara do mundo, e me arrisco dizer que a mais bela. — Precisamos ir atrás deles.
— Vem comigo. - saio o puxando aeroporto a fora, e em questão de segundos os encontramos. Bingo, no mesmo lugar que estavam. Quando seu vôo é anunciado pelos auto falantes, começamos a noe despedir. Me despeço um por um, sentindo aquela sensação horrível me preencher novamente, deixando nada mais que um vazio.
Depois de abraços, beijos e promessas carinhosas finalmente chega a hora do garoto olhos esmeraldas. O abraço como se fosse uma questão de vida ou morte e eu precisasse disso para sobreviver. O aperto tanto, que temo que o machuque. Com cuidado, ele me afasta dele, e ajeita meus cabelos, agarrando meus lábios.
Nosso beijo é calmo, delicado e romântico. Nossas mãos passeando pelos corpos um do outro como se fosse a última vez, e talvez fosse. O ultimo beijo, com o garoto que eu amo. Amor. Que palavra assustadora. Quatro letras, mas com um significado gigante.
— Linda, olhe aqui. - minha atenção é voltada a ele quando nossos lábios se separam.— Quero que saiba que vou te esperar o tempo que for necessário, se você prometer esperar por mim também. Se prometer me esperar voltar, esperar pelos meus beijos.
— É claro que te espero, Martin.
— Sendo assim, te espero o tempo que for preciso. Sabe o por que? Porque eu te amo. Te amo e falo isso na sua cara, porque cansei de esconder. Cada particula minha ama você, e já te perdi uma vez, não posso te perder novamente, Liz, por favor.
— Eu amo você, Martin Martinez. - brinco com os fios soltos de seu cabelo, enquanto o observo calmamente. — Amo tudo em você. Mas principalmente, a sua risada. Eu te amo, e demorei tanto tempo pra te dizer, que acabei tendo que te perder duas vezes para acordar pra vida. Mas dessa vez, não vou deixar você ir, e te esperarei o tempo necessário, por que isso que é a cumplicidade, né? E se fomos fazer dar certo, esse é o essencial. - ele me cala com um beijo. Ótimo jeito. Nos beijamos com as lágrimas se misturando, dando um gosto salgado a nossos lábios. Seu vôo é anunciado pela última vez, e sei que se não for, ele o perderá. Deposito um último beijo em seus lábios, e outro em sua testa. Ele repete o mesmo processo comigo, me abraçando no final. E por meio desse abraço, sei que vai ficar tudo bem, mesmo não sabendo se vai ficar.
— Amo você. Pra sempre, amor. - ele murmura antes de se virar e correr direção a área de embarque.
— Te amo. - sussurro com a voz entrecortada por conta dos soluços, mas sei que isso foi melhor para ambos. Afinal, amar é deixar ir também. E agora, meu maior e único amor está prestes a rodar o oceano. Me viro na direção oposta que ele se foi, e caminho até a porta geral do aeroporto, chamando um Uber. Nossa história se resume a aeroportos, e um certo apelido chato, mais conhecido como "Chatinha."

Martin Martinez.
Cedo demais pra dizer que tô com saudade?

Eu:
Não, porque também tô. Volta logo, amor.

Martin Martinez.
Fico louco com você me chamando assim, e céus, queria te beijar agora. Preciso desligar o celular, mas não se esqueça: Eu te amo.
Beijos do seu fav.

Eu:
Amo você.
Credo que boiolagem.

É como dizem, o amor muda a cabeça das
pessoas.

Até Que o 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑆𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 Nos Separe. Onde histórias criam vida. Descubra agora