(Revisando ortográfia)
S/n está no segundo ano de literatura na universidade Corrigan, e diferente dos de mais alunos, tem trabalhado duro para manter suas notas acima da média e honrar a sua bolsa que ganhou. Com os trabalhos da Universidade, pale...
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Quando chega você bate duas vezes na porta e toca a campainha, apesar de ter as chaves do apartamento, não parece certo usar ela agora, mesmo que esteja no seu bolso. Chris demora um pouco para abrir a porta, mas isso é algo que você já está acostumada.
— Oi, —Ele cumprimentou com uma voz cansada — Desculpe a demora, eu ainda não consegui separar tudo para você levar.
— Tudo bem.— Você tranquilizou com a voz rouca.
Chris está usando calça de moletom e camiseta simples, ele tem um semblante que demonstra exaustão. Seus olhos estão vermelhos, e um pouco inchados. Você se pergunta se assim como você, ele se permitiu chorar quando ficou sozinho.
— Você quer entrar? Eu já tô quase acabando.
— okay.
Pela primeira vez é estranho entrar naquele apartamento, tudo tem um ar tão acinzentado, tão triste e solitário, era como se tudo ao redor refletisse o estado emocional de vocês dois.
Na sala há alguns livros fora da estante e uma caixa aberta sobre a mesinha de centro. Jornais velhos foram usados para envolver as louças da cozinha, e alguns caixas já fechadas com durex estão num canto solitário da sala.
— Você vai se mudar?
Ele dá de ombros com um meio sorriso estranho.
— Adam foi obrigado a Alertar a North Pine, sobre os motivos da minha demissão porque é o procedimento padrão, Então, a Hellen foi bem amigável quando me disse que eles estavam avaliando outras pessoas para o cargo.
Ele se aproxima dando passos cautelosos sua direção.
—Sinto muito que tenha perdido o emprego.
—Está tudo bem. Só duas coisas me mantinham aqui, dar aula na universidade — ele disse caminhando na sua direção —E... você. E as duas coisas eu perdi.
— Não queria que tivesse perdido. — Confessou com a voz embargada
— Sei disso. — Chris balança a cabeça com lágrimas nos olhos
Vocês se olham por alguns segundos até ele quebrar o contato visual e coçar a garganta
—Mas e você, como está se sentindo?
-Sinceramente? Eu não consigo nem descrever... Eu só penso que talvez, só talvez, tudo isso tenha sido um pesadelo horrível, e eu acorde na minha cama e nada disso tenha sido verdade. — Você explica apressadamente mas o nó em sua garganta faz sua voz falhar então as palavras viram choro.
—Ei, vem cá — Ele diz com carinho e seu rosto seu afunda no peito dele.
Chris desliza a mão carinhosamente pelas suas costas para cima e para baixo enquanto você soluça baixinho.
Depois de alguns segundos você consegue se recompor e ele te solta. Enquanto seca as lágrimas, você nota um par de olhinhos triste te observando no canto do cômodo.
Dodger está cabisbaixo e diferente de todas as outras vezes que ele te viu, não foi correndo até você pular no seu colo enquanto latia e abanava seu rabo.
O cachorro permaneceu deitado no piso frio de madeira enquanto mantinha seu olhar em vocês dois.
- Oi, garotão, vem cá! — Você chamou em suas coxas, mas ele não se moveu.
Caminhou até ele se sentiu no chão de pernas cruzadas. O animalzinho se levantou e colocou a cabeça em seu colo.
— Eu vou terminar de pegar suas coisas.
— Tudo bem.- você disse acariciando a cabeça do bichinho -Sabe, eu tenho que contar uma coisa. Antes de você, eu não gostava de cachorros.— Você sorriu com o rosto molhado pelas lágrimas, algumas escorriam pelo rosto e caíam no pelo de Dodger que permanência quietinho. — Eu vou sentir falta de você, porque sempre que eu penso em um lar, penso em nós 3 no sofá comendo pizza e vendo o jogo. Mas isso não vai mais acontecer. Me desculpa por isso.
Curvando seu rosto até tocar a cabecinha dele, você sussurra suavemente.
— Eu vou levar vocês no meu coração. Porque na minha vida não vai mais ser possível. Mas seja bonzinho, Dodger.
Há pessoas que digam que animais não fazem a menor do que acontece ao redor, mas a verdade é que eles são os seres mais puros e capazes de entender sentimentos como amor genuíno, empatia pelo próximo e companheirismo de longa data. Dodger tinha sido mais que o cãozinho de estimação, ele era a única coisa boa no noite de todo aquele caos.
Você se afasta para olhar no rosto dele novamente, seus olhos também estão dizendo algo “Também sentirei sua falta, e está tudo bem se você partir”
— Cuida dele para mim, tá bom? — Diz para ele antes de se levantar.
— Eu juntei tudo que encontrei, mas caso algo esteja faltando é só me ligar.— Chris explicou enquanto segurava a pequena caixa de papelão nas mãos.
— Tudo bem, obrigada. —você disse pegando a caixa.
Passando os olhos pela caixa era possível ver, um boné de basebol, uma caneca que ele mandou fazer com a data que se conheceram, algumas fotos em Polaroides e alguns de seus livros, cremes, roupas inclusive.algumas camisetas que eram dele.
— Vem, eu te acompanho até lá baixo. — disse indo para a porta.
Quando passaram pelo portão do prédio e desceram as pequena escadaria que dava acesso à calçada, uma sensação de vazio tão grande invadia seu peito que você queria abraçar ele, dizer o que o perdoava por tudo e que não queria que tudo tivesse acabado, mas você se forçou a dizer.
— Eu quero que você fique bem... Mesmo que seja mim.
O vento frio das 18h sobrava bagunçando seu cabelo, e seu rosto molhado pelas lágrimas de despedida te deixam bela de uma forma trágica, como uma garota que perde seu grande amor.
- Obrigado. Também quero isso para você. Mas também... Deixar você ir é a coisa mais difícil que eu já tive que fazer.
— Borboletas não duram para sempre.- você lembrou.— Mas se olhar com muita atenção, vai poder guardar os detalhes bonitos.
Você se virou e começou a andar e foram os passos mais difíceis que já deu em toda a sua vida.
Chris ainda te observou ir embora e ali, quando ninguém estava mais olhando, ele cansou de segurar as lágrimas e chorou por você.