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Eu vomitei todas as manhãs por duas semanas seguidas e minha menstruação não havia chegado. Até agora, de alguma forma, mantive isso em segredo do meu marido, que ficaria em pânico se descobrisse. Sirius Black era exatamente assim: dedicado, se não autoritário.
Ainda na semana passada, de madrugada, conversamos sobre nosso futuro na cama. Eu sabia desde os dezesseis anos que era com ele que eu queria estar, e todos esses anos depois minha certeza não vacilou. Eu sabia que ele era o amor da minha vida - que daqui a alguns anos eu queria envelhecer com ele. Eu seguraria sua mão por cada um dos meus dias nesta terra e a manteria aninhada enquanto morria ao seu lado.
Gravidez, concordamos, era o que ambos queríamos. Naquela manhã, nu, ele beijou minha barriga, murmurando em minha pele que esperava que um dia um bebê crescesse ali. Eu ri disso, pensando que ele estava brincando: este era Sirius, afinal, e eu o conhecia além de qualquer coisa. Sua reputação sempre o precedeu como o jogador do Castelo de Hogwarts, e se você tivesse me contado tantos anos atrás, eu teria rido ao pensar em sua paternidade.
Agora, porém, sabíamos que as coisas haviam mudado. Nós crescemos juntos e nos apaixonamos mais profundamente. Quando percebi que ele era genuíno, que realmente desejava ser pai dos meus filhos, acariciei seu rosto e examinei seus olhos. Lá, eu vi lágrimas que ameaçavam derramar, e então a verdade de repente me atingiu: nós dois estávamos prontos para ser pais e realmente queríamos isso juntos. Queria trazer vida ao mundo um com o outro.
Ele me disse então que ficaria honrado em começar uma família comigo, que seria um privilégio me ter como mãe de seu filho. Desnecessário dizer que ficamos na cama a maior parte da manhã, adorando um ao outro enquanto o amanhecer enchia o quarto.
Então aqui estava eu, em pé na nossa cozinha, com um teste de gravidez positivo na mão. Eu suspeitava disso, esperava desesperadamente por isso, mas agora estava completamente apavorado. E se Sirius tivesse mudado de ideia? E se, sonolento e atordoado pela luxúria, ele tivesse falado apenas por idealismo, não pela verdade?
Todas essas perguntas eram um veneno em minha mente. Andando de um lado para o outro, observei os ponteiros do relógio se aproximarem das sete, quando soube que Sirius estaria em casa.
Ele foi direto do trabalho para nossa loja favorita, onde comprou comida para o jantar preparado para esta noite. Era noite de encontro, porque era sexta-feira; ele não sabia que desta vez, ele estaria cozinhando para três.
Foi uma tortura enquanto eu esperava. No fundo, eu sabia que ele ficaria emocionado com a notícia, que choraria de alegria como naquela manhã. E, no entanto, aquilo era um verdadeiro terror revestindo minha garganta. Isso foi puro medo apertando meu peito.
Passos soaram na escada do lado de fora do apartamento. Eu conhecia o som de seu andar como se fosse o meu; cada centímetro de seu ser era totalmente familiar. Este homem, este futuro pai do meu filho, era mais um lar para mim do que qualquer lugar ou edifício.
A porta da frente se abriu, e meu coração engasgou em uma batida. Mesmo agora, depois de todo esse tempo, apenas vê-lo alterava minha química. Seu sorriso, quando apareceu, era mais lindo que o sol. Todo ele, sempre, foi sagrado.
Algo quebrou em mim então, para vê-lo. Carregado de sacolas, ele passou mais adiante pela porta, seu rosto se iluminou ao me ver.
'Oi amor'. As palavras eram simples, mas cortaram meu coração. Viver com ele, compartilhar esta vida, parecia mais do que eu merecia. Eu nunca imaginei que o mundo inteiro pudesse ser condensado em apenas uma pessoa - duas pessoas, agora, se Sirius quisesse.
Inconscientemente, impulsionada pelo instinto, minha mão pousou em meu estômago, onde uma nova vida brotou. Não posso evitar as lágrimas que escorreram pelo meu rosto. Parecia muito, tudo isso, precioso demais para ser verdade. Eu estava me afogando de amor por Sirius e pelo futuro que poderíamos ter.
Vendo-me ali parado, algo agarrado em minha mão que ele não conseguia ver, ele instantaneamente notou meu choro. Ele se transformou em soluços com a preocupação em seu rosto; Fiquei tão sobrecarregado que quase caí na doença.
As sacolas foram jogadas na madeira, esquecidas em um instante. Mais passos e, em segundos, eu estava enterrada no calor macio do couro. Os braços de Sirius estavam apertados em volta do meu corpo, como se ele pudesse manter todos os meus ossos juntos. Eu estava quebrando contra ele como ondas nas rochas. Minha devastação parecia obscena e grosseiramente irracional.
Murmúrios gentis foram falados no topo da minha cabeça, seguidos de beijo após beijo após beijo. Contra ele assim, todo o seu corpo era um abrigo - assim como seu cheiro, que aprofundava minha respiração.
Ele estava mais do que contente em fazer um lar no meu silêncio, em vez de me forçar a falar.
Atrás dele, minha mão ainda segurava o teste de gravidez; Sirius não tinha visto em sua pressa para me alcançar. Não podia deixar de revelar, nem queria: enfrentaríamos juntos, apaixonados, como sempre fizemos.
Eu me retirei de seus braços, deixando o frio em seu rastro. Incapaz de formar palavras, simplesmente procurei em seu rosto, procurando uma resposta para uma pergunta que não conseguia expressar. Seus olhos estavam tão ternos quanto na outra manhã; eles me deram forças para ficar de pé sozinho.
Eu desenrolei meus dedos cerrados, revelando o teste. Isso atraiu seu foco imediatamente.
'O que'. Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação. Choque fez um retrato de seu rosto. 'É aquele...?'. Desta vez, ele realmente estava perguntando.
Um 'sim' foi tudo o que consegui dizer, embora fosse uma resposta suficiente para ele. Ele estendeu a mão para mim mais uma vez e procurou meus olhos através das lágrimas. Ele era mais alto do que eu, então teve que abaixar um pouco os joelhos, pois se abaixou para ficar ao meu nível de visão.
Como eu havia feito momentos antes, desta vez ele examinou meu rosto. Eu sabia o que ele estava procurando - hesitação, medo ou arrependimento. Eu também sabia que ele não encontraria nada disso.
De fato, as lágrimas continuaram a rolar pelo meu rosto: ora de alegria, ora de milagres inesperados. Sirius riu então, o som como uma orquestra de tudo que é belo, e a luz derramou por suas bochechas como lágrimas também.
'Estamos tendo um bebê'. Mais uma vez, uma declaração, uma busca de certeza. Eu sempre me certificaria de que ele o encontrasse, como ele fez comigo.
E então eu respirei outro 'sim' e caí em seu calor, onde fui levantada e girada em seus braços. Nesse ponto, ele estava gritando de alegria, delirando em suas garras. Ele era exatamente o Sirius que eu sempre conheci e amei.
Com o teste descartado no balcão, Sirius me colocou de volta no chão. Ainda assim, choramos juntos. Ainda assim, não conseguíamos parar de rir de admiração.
Pois foi isso que tomou conta do rosto do meu marido quando ele caiu lentamente de joelhos, colocando as mãos no meu estômago e beijando, através da minha camisa, o lugar onde nosso bebê cresceria.
