Capítulo 09- Canibais

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Quando finalmente pude acordar, senti minha garganta extremamente seca, uma dor terrível na cabeça, tentei me mexer, mas meus pulsos estão bruscamente acorrentados a correntes grossas e frias. O lugar que estou é perturbador, se parece com uma cela, os mais diversos rastros de sangue estão impregnados nas paredes, também posso ver marcas de unhas e um cheiro pútrido de carniça ou animal morto nessa estreita e mísera sela.
Me levantei do chão cambaleando, quase não sinto minhas pernas, estão fracas demais e esse chão é muito frio,aproximei das barras de ferro que me mantém preso, neste maldito lugar, mas eu só consigo pensar no Jae e o no meu marido, será que estão bem? Estou tão preocupado.

Cai para trás, batendo os cotovelos no chão duro de cimento, após um homem surgir sorrindo de repente, do lado de fora, seus olhos são largos e fundos, consigo ver as olheiras de longe, a pele clara e a barba mal feita, esguio, de corpo cadavérico, espera... esse rosto apavorante, eu já o vi antes.

- Se sinta privilegiado... A nossa mãe deixou que vocês tomem café da manhã conosco. - Escarrou no chão uma baba espessa e nojenta, não tirando os olhos do rapaz.

- Eu vou chamar a polícia! Onde está o meu filho? E o Jimin?

Um outro homem surgiu, ele é exatamente igual ao que já está aqui, a única coisa de diferente é a cicatriz no seu olho esquerdo, seus rostos me são muito familiares, tenho a certeza que já os conheço.

- Mark... Leva o outro pra cima.

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[ Horas antes... casa de Abigail, 02:37 ].

- Aqui querido, um pouco de chá, pode ajudar. - A velha deu um breve sorriso, entregando ao loiro, uma xícara de porcelana, parcialmente preenchida com um líquido quente e adocicado, de aroma fresco e relaxante.

- Obrigado Senhora Abigail. - Envolveu os dedos na delicada alça de porcelana e aproximou a xícara aos lábios, provando um gole singelo, degustando um sabor suave de certo frescor, adocicado de maneira correta e a sensação do líquido quente descendo pela garganta, aquece o interior.

A atenção de todos naquele recinto foi voltada a três batidas vindas da porta, pausadamente, num intervalo de trinta segundos, tornou a bater novamente, dessa vez mais bruta e alta.

- Quem é? - Perguntou Bobby próximo a porta, segurando nas mãos a espingarda,já engatilhada, mas quem quer esteja do outro lado, não respondeu, tudo ficou um completo silêncio perturbador.

Eu me sentia apavorado, as pernas e mãos não paravam de tremer, só podia escutar o som da minha própria respiração, Bobby já estava impaciente, pois as batidas tornavam a acontecer, mas ninguém respondia. Eu me levantei do sofá após Bobby abrir a porta e ficar ali parado, segurando a espingarda como um louco, este pobre homem não teve nem tempo de ver o que o matou, foi tudo tão rápido, quando percebi, a sua cabeça já estava rolando pelo chão, impregnado com o próprio sangue e em frente a porta, havia um homem mascarado de macacão jeans, todo ensanguentado.
Ele entrou na casa, enquanto Abigail e Martin berram de desespero, suplicando para que o homem não avançasse, eu estava completamente assustado, meu corpo parecia ter congelado, uma sensação de pavor que me perturbou profundamente.

Sem excitar, o homem ergueu os braços que segura firmemente o machado e assassinou o Martin, desfigurando seu rosto, parte dos membros de Martin ficaram separados do corpo, na sala coberta por uma poça de sangue e os respingos nas paredes, em Abigail também. A pobre senhora, caiu no chão, eu pude ver seu olhar apavorado e as lágrimas escorrendo pelo rosto, nem mesmo isso o fez parar, primeiro ele arrancou suas pernas,depois os braços e com ela ainda viva, gemendo em dor e chorando, golpeou o meio dos seus seios inúmeras vezes, até as entranhas estarem todas expostas e estar banhando com o sangue de Abigail.
Mesmo atordoado e perturbado com o que havia acabado de vivenciar, subi os degraus às pressas, não olhando para trás, corri até o quarto aonde estava o bebê, dormindo em uma cama, tranquei a porta, apaguei as luzes e peguei a criança nos braços.

Horror Em Northville (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora