Capítulo 12- Do Outro Lado

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Eu tive medo,por um segundo havia pensado que aquele garoto tinha matado o meu filho único que restou, corri em direção a ele, tirando o bebê de seus pequenos e frágeis braços, olhando-o com meus olhos saltados e "trêmulos".

- Como... você conseguiu fazer isso? - Assim que me calei, o garoto logo em frente, fixou seu olhar, sorrindo de canto sem mostrar os dentes, deixando a faca cair sobre o piso, gerando um estrondo.

- Meu filho... o que aconteceu aqui? Você está bem? - Jimin Abraçou o pequeno Jae fortemente, envolvendo os braços no corpo da criança, que retribuiu o abraço do pai.

- Jungkook... o que o seu filho fez não é normal, como ele conseguiu matar um homem com o dobro do tamanho dele? - Disse próximo o bastante do ouvido do moreno, pondo uma das mãos sobre o ombro e logo virei-me de costas e coloco novamente o cinto que mantém o bebê "preso" em meu torso. - Precisamos ir logo, antes do sol se pôr, Jeon! Pra você... e não esquece da caixa. - Arremessou uma pistola glock preta nas mãos do moreno, que a agarrou no ar, ele demonstra inquietação e dúvidas.

- Me desculpe papai... eu não queria feri-lo, mas ele ameaçou machucar vocês dois, não tive escolha. - Falou cabisbaixo, reprimindo os punhos, com os olhos marejados.

- Espera, você tá falando? Eu pensei que...

- A mamãe Myra me disse para não falar mais, porque se não ela iria matar vocês. Então eu... obedeci, fui um menino bonzinho?

- Tá tudo bem meu amor, você não tem culpa de nada, tá? Nós vamos conseguir sair daqui juntos. - acariciou delicadamente as bochechas salientadas e rosadas do mais novo, olhando-o tristonho e aflito.

- Park... temos que ir, o tempo está acabando.

Logo, ambos saíram do chalé, e seguiram em direção contrária da floresta, que fica de frente para a propriedade do Policial, caminharam através de passos acelerados, rumo a uma estreita e densa mata fechada, cortada por um rio estreito, de águas extremamentes escuras, é impossível ver o seu fundo, mesmo com os fortes raios solares que refletem na água. Cada passo dentro daquela mata é como estar sendo levado lentamente a morte ou ao esquecimento, o pouco das frestas de luz que atravessam entre os galhos não é o suficiente, sem contar a densa neblina que assola a região, acompanhada dum odor difícil de distinguir-se, mas com certeza não é de algo vivo.

O pequeno Jae tem sua atenção voltada a um coelho branco de olhos vermelhos, cintilantes como rubis e então o garoto perseguiu o animal, adentrando num outro lado daquela mata grotesca, Park notou que o seu filho não estava, logo avistou entre as árvores, pernas, braços e por fim, madeixas de cabelo preto como carvão, passando bem depressa, ele foi à procura de seu filho sozinho.

- Jae! Filho... aonde você tá? Jae!

Foi quando eu avistei numa distância insigne, uma figura entre as árvores, tomada pela neblina, só consigo ver apenas a sua silhueta e as mãos que acenam para mim sem parar, mesmo com ressentimento eu avancei, um passo de cada vez, no meio daquele silêncio amplo, só podia escutar as folhas secas que estou a pisar e o sopro pacífico do vento em meus ouvidos. Mas tudo veio abaixo, me senti como se tivesse em um sonho, quando se está caindo no nada, sem poder se segurar em algo, os galhos que pisei quebraram e junto deles eu despenquei num buraco fundo, impactando brutalmente a minha perna com uma pedra extremamente sólida e pontuda, rente a terra úmida do buraco. Meus gritos foram imediatos, se tornaram cada vez pior, o joelho está estraçalhado, consigo sentir o osso estirado para fora e o sangue escorrendo até o solo sem cessar, as lágrimas preenchem os meus olhos, descendo amargas pelo rosto e salgando nos lábios ressecados.

Ergui a cabeça, avistando no topo do buraco em que me encontro, a feição angelical de meu filho Jae, se esgueirando ao máximo, no intuito de ajudar-me, seus cabelos estão sujos de terra e numa das bochechas pálidas pude notar um pequeno arranhão.

Horror Em Northville (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora