43-um destino em comum...

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MARCOS


Depois de um tempo começaram a servir o buffet. Antes separaram os convidados e como eu e Julia estávamos distraídos perdemos a oportunidade de sentarmos com alguém que fosse da nossa escolha.

O que também era bem difícil já que as opções eram sentar com Félix e Vitória e as duas acabarem brigando e eu não sei o que a Júlia faria dessa vez.

Segunda opção sentar com as nossas irmãs e a Barbara não calar a boca. Terceira opção sentar com o irmão dela e os músicos, essa eu detestei.

Quarta e última opção, sentar com nossos pais. E pra minha felicidade aqui estamos. Estou sentado entre Júlia e minha mãe, ao lado da minha mãe meu pai, ao lado dele o pai da Júlia e ao lado dele a mãe dela. Eles conversam sobre vários assuntos que eu nem estou prestando atenção.

Estou dando o máximo de mim pra não ficar olhando pra ela toda hora, tentando não tocá-la pra que o pai dela não me mate ou arranque as minhas bolas.

Terminamos de jantar e ficamos ali mais um pouco ouvindo os projetos pra "nossa" futura viagem. Só de pensar já me dá calafrios.

– Então já estamos fechados com o hotel e já está tudo pago, a última parcela é a do combustível do ônibus que vai levar o povo.  (João)

– As arrecadações também estão ótimas, conseguimos além de comida e dinheiro, roupas, produtos de higiene, materiais escolar, brinquedos, calçados e algums voluntários pra fazer projetos com as pessoas lá. (Rafael)

– Aquele casal de enfermeiros ainda vão ? (João)

– Sim. Só está faltando uma coisa ou melhor uma pessoa.  (Rafael)

– O que ? (João)

– Não tem ninguém pra trabalhar com as crianças, ninguém se ofereceu pra fazer alguma coisa. (Rafael)

– É então acho que vamos ter que pagar alguém.  (João)

Nessa parte da conversa eu até prestei atenção o que me surpreendeu foi a senhorita do meu lado me cutucando, e me olhando com um olhar de quem estava querendo me dizer alguma coisa, eu só não sabia o que era até ela se intrometer na conversa dos nossos pais.

– E se… eu organizar um projeto com as crianças? Vocês não vão precisar pagar nada.

– É uma ótima ideia, mas você sozinha ? Meu pai perguntou.

– Sozinha não, se o senhor permitir tem a sua filha e tem o Marcos que pode me ajudar, além do meu irmão.

Eu porque meu deus ?

– E o que vocês iriam fazer ? Meu pai podia ter ficado quieto ou dito não. Mas ele tinha que dar corda pra ela me inforcar. Agora todo mundo estava prestando atenção nela, até nossas mães se calaram.

Aonde e com quem foi que eu me meti ?

– Nós podemos organizar em dias. Nos vamos ficar lá cinco dias, certo ? Eu gosto muito de ler e contar histórias, eu posso organizar um teatro bem simples, podemos fazer pintura de rosto, como vocês disseram que ganharam brinquedos nós podemos distribuir. Eu tenho muitas idéias.

– E como que o Marcos iria ajudar ? O pai dela perguntou e me encarou.

Júlia até ia dizer algo, mas eu a cortei.

– Eu posso ensinar eles a jogar bola, posso montar os times, treiná-los e colocar eles pra jogarem como eu faço com as crianças da escolinha de futebol.

O NARCISISTA E A ORGULHOSA Onde histórias criam vida. Descubra agora