[Niragi x Leitora] [Imagine Niragi]
Em um universo onde a desesperança impera, um rosto conhecido pode ser um acalento, no entanto as coisas nem sempre são como pensamos, a dor de um passado triste pode corromper as pessoas.
"- Niragi... - minha voz...
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Ciúmes, o tempero para revelações.
É sempre mais fácil jogar a culpa das nossas falhas no outro, assim nos isentamos de erros, podendo dormir tranquilo.
Miyazaki Yumi
A noite começou a cair e o som das músicas se intensificou na praia. Honestamente eu não consigo precisar em qual dia da semana estamos, me perdi nessa contagem há um tempo já, e a verdade é que isso pouco importa no momento.
Desde que cheguei na praia não participei de nenhuma ação coletiva, ou seja, não frequentei nenhuma das festas que rola por aqui. Mas hoje, particularmente estou sentindo vontade de sei lá, espairecer, beber um pouco e esquecer esse clima tenso e pesado que vivo ultimamente.
E eu achava que minha vida era fodida, mas ao vivenciar esses jogos malucos que nos levam ao extremo, vejo que vivia razoavelmente bem, que ironia!
Minha vida nunca foi um mar de rosas, pelo contrário, é triste, porém já me acostumei com a inconstância das pessoas. Até mesmo eu sou assim. Já passei por poucas e boas, no entanto acho que tudo serviu como fortalecimento, como um treino pra sobreviver a crueldade que emana dos seres humanos.
Niragi pediu explicações sobre o passado e eu fui o mais sincera possível, entretanto parece que nada é o suficiente para aquele cara. Acho até que fui legal e peguei leve com as acusações absurdas que ele despejou em cima de mim, mas no fundo até entendo a frustração que ele sente, porém isso não significa que eu seja culpada de tudo, não é mesmo?
Apesar de odiar dia após dia tudo que aprendi com meu pai, também o agradeço pelos ensinamentos. Por que estou pensando isso? Porque simplesmente percebi que a vida não é e nem nunca será um conto de fadas, eu definitivamente não nasci pra ser uma princesa e diferente de como eu pensava na minha adolescência Suguru nunca será meu príncipe encantado, pelo contrário, daquele garoto gentil e frágil que eu conheci, não restou nem ao menos resquícios.
Após essa conversa, ele saiu sem me responder se me odeia, não que isso realmente importe, porém arrisco dizer que ele foi uma das poucas pessoas em minha vida que eu realmente gostei.
Ele continua a me olhar de longe, espreitando nas sombras todos meus movimentos, sem fazer questão de se esconder, me pergunto se isso realmente é ódio ou amor reprimido.
Agora estou aqui, tentando me preparar para curtir um pouco, quem sabe vestir algo que me deixe mais atraente e me faça sentir viva, porém não tenho muitas coisas aqui, além das roupas que estavam no meu corpo, ganhei mais duas peças de biquíni, um maiô e uma espécie de saída de praia, lamentável, pois hoje eu realmente estava afim de me produzir.
Escolho vestir o maiô que é preto, e meus shorts jeans, arrumo meu cabelo em um rabo no alto da cabeça e me contento com a minha cara lavada, já que não tenho nem sequer delineador por aqui.
