Capítulo 6: Não mexa com a mulher fortona

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Depois de explicar toda a situação à Érica, Nines não esperava que ela estivesse aceitando tão bem a informação de que seu amigo estava perdido e muito machucado em algum lugar das favelas Exe, ele esperava pelo menos um ataque de raiva, que ela entrasse em um frenesi de fúria, mas tudo o que ela fez foi se jogar na cadeira da sala de descanso com uma garrafa de cerveja na mão.

— Então o garoto está vivo — disse mais para si mesma do que para Nines — E o babaca do pai dele está procurando o Thomas? Já era de se esperar, se ele ainda está listado como desaparecido, então não estamos tão ruim, significa que ainda temos tempo.

— O que você quer dizer com isso? — perguntou Tornado em um canto da sala — É muito ruim ele estar desaparecido, não temos nenhuma notícia há muito tempo.

— Se ele ainda está desaparecido pro pai dele, significa que ele fugiu para algum lugar tão longe que aquele maldito rato não conseguiu rastrear — disse Érica erguendo sua garrafa na direção de Tornado — Isso é um ganho.

— Não sei se consigo ver isso como um ganho — disse o ciborgue — Mas ela está certa, é um bom sinal que eles ainda não tenham conseguido rastrear o Songbird, só temos que encontrar o garoto antes que o pai dele encontre.

— Essa é a parte difícil — concordou Érica — Se conheço bem o Thomas, ele não apareceu ainda porque não quer ser encontrado ou porque não é seguro que alguém o encontre, além do mais, o Nathaniel ainda tem o rabo preso com alguns dos ex-companheiros da máfia, chamaria muita atenção se ele aparecesse na porta dele.

Isso chamou a atenção de Nines, faria todo o sentido Songbird não ter contactado Laurent ainda se ele estivesse fugindo da máfia como Pyro disse, se o caso envolvesse a máfia e Laurent era ligado a ela — independente de qual fosse ela em primeiro lugar — faria sentido que Thomas estivesse o evitando, e não porque não confiasse em Laurent ou Nathaniel, o que ele escolhesse chamá-lo, entrar em contato com o gângster apenas comprometeria sua localização. Talvez o gângster não estivesse ligado diretamente com os desaparecimentos, mas era como diziam entre os mercenários como eles: você pode tirar o homem da máfia, mas nunca a máfia do homem.

Muito provavelmente era isso o que fazia Laurent usar seu primeiro nome para se comunicar com eles em primeiro lugar.

— Sabe se um desses "rabos presos" que ele tem são pessoas altas na hierarquia? — perguntou Nines, processando tudo.

— Na verdade, eu não sei — Érica deu de ombros, sinalizando para Nines — Tudo o que eu sei é um monte de histórias soltas sobre Songbird e Nathaniel terem crescido juntos, parece que o cara foi abraçado, ou sei lá como eles dizem, pelo pai do garoto.

Isso tornava as coisas mais interessantes.

— Então o Nathaniel foi criado dentro da máfia? Isso realmente faz mais sentido — disse Nines, se inclinando para trás na cadeira — Bate com o modo que ele opera.

— É, ele é um dos excêntricos — disse Érica — De onde exatamente você conhece o Nathaniel e o Bird?

Nines abriu e fechou as mãos robóticas algumas vezes, olhando para elas e ponderando entre contar a verdade ou dizer a elas alguma meia verdade ensaiada em sua cabeça, ele suspira e então olha para as duas mulheres na frente dele.

— Eu fui contratado para resolver um problema em um lugar que ele gerencia, o nome é irrelevante agora — disse cruzando as mãos e apoiando os cotovelos em seus joelhos — Descobri coisas acontecendo lá dentro que os funcionários estavam escondendo do Nathaniel, ou melhor, tentando esconder, então eu descobri que eles estavam sumindo com clientes dele por baixo dos panos.

O Experimento Número NoveOnde histórias criam vida. Descubra agora