Capítulo 12: Nós todos somos apenas ferramentas

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Laurent ainda tinha um olhar chocado em seu rosto quando Nines terminou de contar sobre o andamento do caso do garoto-pássaro.

Assim que Nines chegou ao Le Blanche, ele exigiu que Laurent o visse imediatamente dizendo que tinha um assunto que era do interesse do gângster para contar, mas o que Laurent não esperava era que o mercenário trouxesse a notícia de que o seu irmão desaparecido tinha sido encontrado do nada e que estava bem, fora do controle tanto da Atlas como da Boreal.

— Você tem certeza disso? — perguntou o gângster aflito, ele ainda mal tinha tocado em sua bebida desde que ofereceu a Nines quando ele chegou.

— Tenho certeza absoluta, mas ele disse que não posso te contar ou vai colocar em risco vocês dois, então, lamento dizer que eu encontrei seu irmão, mas a localização dele é confidencial — respondeu o ciborgue, ainda em pé diante da mesa.

— Isso quer dizer que não vamos precisar comparecer ao evento da Atlas, não tem mais um motivo — disse Laurent — Não vamos mais precisar invadir os sistemas.

— Não, muito pelo contrário — respondeu Nines — Eu ainda acho que eles não são tão inocentes quanto estão falando por aí, eles devem ter relação com outros desaparecimentos, seu irmão me contou algumas coisas bem suspeitas sobre o caso que ele estava investigando.

Laurent se levantou da cadeira, uma mão correndo para esfregar a ponte do nariz e massagear a órbita de seu único olho bom com a palma, os dedos passaram pelos fios soltos e os colocaram no lugar antes de alisar o colete cinza escuro que usava, Nines observava cada movimento com atenção, tentando ler a linguagem corporal de Laurent, ele parecia bastante cansado — mais esgotado a cada dia.

Ele se virou na direção do aquário e bebeu um gole longo, sentindo o líquido escuro queimando na garganta enquanto deslizava nela, os tubarões se agitaram quando os dedos de seu dono pairavam sobre a superfície da água.

— Continue, estou ouvindo — disse Laurent.

— O seu mentor, seu irmão disse que foi ele quem o manteve preso por todo esse tempo — disse Nines, Laurent encarou o fundo do copo com desprezo — Songbird disse que estava investigando o mesmo caso que eu, foi quando ele encontrou uma coisa que deixou ele bastante perturbado, mas foi pego antes de descobrir mais.

Laurent se virou para Nines com uma expressão sombria no rosto, ele não estaria aceitando meias palavras agora.

— E isso seria? — o gângster apoiou o copo de volta na mesa, olhos fixos em Nines.

— Que você estava sendo enganado esse tempo todo — disse Nines em um tom muito mais sombrio que antes — Ele descobriu que o seu mentor, o seu pai, estava te usando de bode expiatório todo esse tempo, era isso que alguns dos seus funcionários estavam escondendo de você — ele se apoiou na mesa — Acho que você confiou nas pessoas erradas, Nathaniel.

Laurent não desviou o olhar, na verdade, ele sustentou o olhar de Nines com uma fúria perigosa que o ciborgue não sabia dizer se era direcionada a ele ou aos traidores.

— Eu já esperava por isso — disse Laurent, Nines suspirou resignado.

— Eu sei que você foi membro da Máfia, Laurent, e também sei que uma vez lá dentro, você não consegue simplesmente sair de uma coisa dessas — Nines estalou os dedos, Laurent apertou o copo mais forte, quase o quebrando — É ele quem está dando ordens para sequestrar os seus clientes, todos os Exes que eles puderem identificar, e se ele está se dando ao trabalho de sequestrar pessoas por um bom pagamento...

— É porque alguém os quer — concluiu o gângster — E você acha que eles estão sendo levados até algum comprador, não é?

— Me diz você — disse o mercenário — Acho que você já sabe onde eu quero chegar com isso.

O Experimento Número NoveOnde histórias criam vida. Descubra agora