Capítulo 5: A aeralista e o garoto de metal

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— Pyro! — gritou Nines assim que adentrou o grande armazém.

O ciborgue quase arrombou as portas de correr, o estrondo do metal pôde ser ouvido reverberar por toda a construção com a força com que Nines praticamente arremessou a porta contra a parede, ele precisava saber o que um Exe Grau de Ameaça 9 estava fazendo solto por aí causando estragos e ferindo pessoas. Ele sabia que gritadores eram perigosos e violentos, ele conhecia os boatos, eles eram capazes de causar pequenos terremotos com sua voz supersônica, tinham a capacidade de perfurar tímpanos e transformar o cérebro de qualquer um em pudim simplesmente gritando.

Nines só não esperava que o jovem de grandes olhos azuis de boneca fosse um deles.

Não era trabalho da Underground manter o controle sobre os Exes perigosos e impedir que eles machucassem tanto pessoas como outros Exes?

— Pyro, seu desgraçado, apareça! — ordenou Nines, adentrando o armazém.

— Ele não está aqui — disse uma voz do mezanino, ela era calma e pacífica, sem qualquer indicativo de violência.

— Então o chame — exigiu Nines, ele pôde ouvir uma risada do nível acima dele e então uma mulher desceu lentamente do mezanino.

No entanto, a mulher não desceu de forma convencional, ela literalmente flutuou no ar até alcançar o chão em uma miniatura de redemoinho ao redor de suas pernas. Ela usava um traje muito parecido com uma roupa de mergulho totalmente feita de neoprene preto e roxo, uma máscara cobria a metade inferior de seu rosto e a outra metade estava coberta por um grande óculos de esquiador, o acrílico transparente era a única coisa que o deixava ter alguma ideia de como eram seus olhos.

— Para alguém que eu acabei de conhecer, você é bem mandão e arrogante — disse a aeralista assim que seus pés tocaram o chão — Infelizmente eu não posso, ele teve uma emergência de família para cuidar, mas pode falar comigo se é tão importante.

— Não até eu saber quem você é — disse Nines tentando escanear o rosto da mulher, sem sucesso.

— Meu nome é Tornado, se é o que você quer saber — ele conseguia sentir o sorriso em sua voz, Tornado se aproximou dele com calma, mas sua linguagem corporal tensa gritava que ela não hesitaria em uma luta se oferecida a ela.

— Ouvi falar de você, pelo Pyro — disse Nines cruzando os braços, ele mediu Tornado com os olhos — Confesso que não esperava alguém tão misterioso — ele esticou o queixo cicatrizado para Tornado — Nines, se estamos trabalhando com alcunhas.

A sugestão de um sorriso cruzou os olhos de Tornado e ela abaixou a máscara até seu pescoço, os óculos também saindo de cena.

— Então você é o mercenário ciborgue que o Nathaniel mandou para falar com o Pyro? — questionou Tornado — Ele disse que você viria, é uma pena que não possamos ter todos nós juntos para o jantar, mas posso garantir que Pyro iria querer estar aqui para a reunião de família — disse ela em uma mistura de diversão e desdém em sua voz que confundiu Nines — Não se sinta tão triste, ele prometeu voltar, ou então Sapiens vai arrancar as bolas dele com um alicate.

Nines estremeceu em simpatia pela ameaça.

— Eu vim aqui para perguntar algumas coisas a ele — disse seguindo os passos de Tornado, que se dirigia lentamente até o quadro para reorganizar os papéis nele — Por que ninguém me informou que eu estava atrás de um gritador? Nem mesmo Nathaniel me deu essa informação.

— Você encontrou um gritador? — Tornado o encarou por cima do ombro, seu cabelo chanel estilizado e castanho balançou com o movimento.

— Sim, meu amigo esbarrou com ele no Distrito D, ele quase não saiu vivo se não fosse ele ser um dos nossos — respondeu Nines, a mulher reorganizou algumas informações.

O Experimento Número NoveOnde histórias criam vida. Descubra agora