Capítulo 16: Eles precisam da nossa ajuda

2 0 0
                                    

Nines ainda estava jogado no chão, perplexo, encarando Érica acima dele com a máscara de coelho nas mãos e o sorriso de escárnio enfeitando seu rosto cheio de cicatrizes, o jovem ciborgue ainda estava tentando preencher as lacunas em sua mente atordoada, sem conseguir entender como ou quando aquilo tinha acontecido, pensando que talvez ele tivesse deixado algo escapar, uma informação essencial que ele não tivesse percebido até então.

Ele tinha notado que havia algo de diferente em Érica desde o bar, ele tinha deduzido que ela poderia ser um deles, mas a informação nunca tinha sido realmente confirmada por ninguém — nem mesmo por Tornado.

Porém, isso explicava algumas coisas.

Isso explicava o fato de Érica já conhecer Songbird e Pyro e ela ser tão próxima de Tornado e falar abertamente com ela sobre os Exes, explicava ela saber sobre os Exes e sobre a máfia, saber sobre Laurent e suas ligações — até mesmo o fato dela se referir a ele como Nathaniel e não Laurent agora fazia mais sentido — explicava até mesmo sua escolha de carreira como informante e mercenária.

— Algum problema, Nines? O gato comeu a sua língua? — perguntou Érica.

— Não, só fui pego de surpresa — respondeu Nines — Não esperava encontrar você por aqui ou que você fosse uma de nós.

A mulher sorriu com deboche, fazendo as cicatrizes em seu rosto se retorcerem, como se Nines fosse um idiota por não considerar que ela fosse capaz de liderar nada sozinha, ela se aproxima dele e pressiona o pé sobre suas costas, impedindo Nines de tentar se levantar.

— Quem te mandou aqui? — perguntou ela — Foi o Nathaniel? Ou foi outra pessoa?

— Não, o Nathaniel não tem nada a ver com isso — respondeu Nines, Érica não pareceu convencida por isso — Ele não sabe que eu estou aqui, eu vim porque ouvi falar que tinham Exes aqui e queria verificar.

— Verificar, é? — desdenhou ela — E o que você pretendia fazer com essa informação se não era pra repassar ao Nathaniel? Alguém vai pagar mais pelas nossas cabeças e você mudou de ideia?

— Eu não entregaria minha própria espécie — respondeu Nines, segurando o tornozelo de Érica e rolando para o lado, se desprendendo de onde estava.

Érica deixou que ele se afastasse, Nines se levantou antes de continuarem a conversa de outra forma, ele ergueu as mãos em rendição antes de sinalizar para ela que deixasse ele explicar e ela balançou a cabeça afirmativamente.

"Vocês chamaram atenção, alguém viu vocês", assinalou Nines, "vim pra ter certeza de que vocês estão seguros, estamos do mesmo lado aqui", explicou ele, um pouco mais desajeitado que da última vez, mas isso era por conta de seus braços novos que ainda não tinham sido calibrados o suficiente.

"Como você soube disso?", questionou Érica, seus gestos mais agressivos como sempre, "ninguém mais nos ajuda, estamos com fome, ninguém mais nos manda água ou comida, estamos morrendo", enfatizou a gritadora com um gesto agressivo, "doentes e morrendo."

"Eu sei", admitiu Nines, "é por isso que eu vim, ajudar, não quero causar mais mortes, mais dor" ele também enfatizou a palavra, com um gesto mais demorado nela, "quantos de nós sobraram?"

"Não muitos", respondeu Érica, "me siga."

Ele seguiu Érica até mais fundo na ruína do laboratório, na parte que antes era destinada aos experimentos e às pesquisas, um corredor extenso e deteriorado que abrigava muitas salas de ambos os lados, cheio de portas com janelas de vidro, era tudo muito escuro e empoeirado e Nines começou a perceber que sua visão estava tendo algumas falhas, como se tivesse algum tipo de interferência.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 09 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Experimento Número NoveOnde histórias criam vida. Descubra agora