Capítulo 18

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      Fiquei observando a porta como se esperasse que elas voltassem e me tirassem daquela situação que elas mesmo me colocaram. Theo olhou para mim e deu um sorriso.

— Elas sabem qual o sabor do sorvete que você gosta? Porque eu sei... Morango, com calda de chocolate e ovomaltine por cima.

Dei uma risada.

— Você reparou no sabor que eu peguei?

— Claro. — ele continuava com o olhar em mim e eu fiquei sem graça. — Você lembra de qual eu escolhi?

Tentei lembrar do dia em que saímos, mas não vinha na minha memória. Se fosse o Miguel, certamente eu saberia.

— Hum... Não, desculpe!

— Não precisa se desculpar por isso. — ele disse gentilmente. — Flocos. Gosto do básico. Só flocos.

— Ah...

Ele esticou o braço e estendeu a mão, indicando para que eu colocasse a minha mão ali. Eu não me mexi, então ele mesmo pegou a minha mão, virando-a com a palma para cima e ali acariciou o centro de minha mão com o seu polegar.

Foi então que eu senti uma coisa. Um arrepio? Não, não podia ser. Era um calafrio que parecia que saía da ponta do seu polegar, passava a minha mão, o meu braço e percorria todo o meu corpo. O susto pela minha reação corporal foi tão forte para mim que imediatamente eu tirei a minha mão da dele.

— O que foi? — ele perguntou ainda com um sorriso no rosto. — Eu só estava tentando te acalmar como a Luna pediu.

— Não precisa, eu já estou melhor.

Eu voltei a sentar na cama, aonde eu estava e cruzei as pernas para ficar mais confortável. Ele, sentou-se na mesma posição, ficando de frente para mim.

Olhei para baixo e depois olhei de novo para ele.

— Theo, posso te perguntar uma coisa?

— Claro.

— O que aconteceu entre você e a Bianca? Eu não entendi nada. Você tinha me dito que não tinha nada entre vocês dois e de repente você está namorando com ela.

O sorriso desapareceu do rosto dele na mesma hora. Ficou pensativo por alguns segundos e logo voltou a sua atenção para mim.

— Melhor não falarmos sobre isso...

— Oi? — estranhei a sua formalidade.

— Igual a você que não quer falar do Miguel na minha frente. Eu também prefiro não falar sobre a Bianca.

Eu me assustei com a sua resposta.

— Desculpa. — falei com receio. — Não quero me intrometer na sua vida pessoal. Só queria entender porque você não falou sobre vocês e logo em seguida apareceram namorando.

Ele pensou mais um pouco, como se estivesse medindo as palavras antes de pronunciá-las.

— Eu e Bianca tínhamos ficado a um tempo. Nós ficamos pouco tempo juntos, mas eu não sentia nada por ela e a Bianca queria aproveitar a vida de solteira. Ir em festas, baladas e conhecer novas pessoas. Eu fui só uma distração para ela. E, como não envolvia sentimento da minha parte, posso dizer que foi mesmo. Paramos de ficar simplesmente. Só isso. Mas...

Ele parou de novo na sua reflexão. Parecia que ia falar algo e voltou atrás, continuando logo em seguida.

— Essa semana ela veio falar comigo por causa do dia em que fui te encontrar. Ela perguntou se tínhamos algo. Eu expliquei que não, que éramos bons amigos e que você estava saindo com outra pessoa. Então ela propôs de voltarmos a ficar. Só que depois que nos beijamos, ela disse que ela havia mudado, estava mais sossegada e preferia que namorássemos.

Por trás das máscaras de NinityeOnde histórias criam vida. Descubra agora