Capítulo 34

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As semanas se passaram e eu não fui mais para o treino de patinação. Não queria encarar a Bianca e devo confessar que eu tinha muito medo do que ela poderia fazer comigo sozinha.

Falei com os meus pais sobre o encontro de Influencers e eles me levaram no dia. O Theo foi comigo, mas dentro do local, eu iria sozinha, afinal, se soubessem quem eram os meus pais e o meu namorado, seria fácil de procurá-los e chegar até mim.

Namorado? Eu disse namorado?

Não dava para classificá-lo assim oficialmente. Porém era óbvio que ele era o meu namorado. Ah, o Theo era sem palavras. A melhor escolha que eu fiz na vida, sem sombra de dúvidas. E foi bom eu perceber que eu não precisava de nenhuma máscara ao seu lado, ele me aceitava do jeito que eu era. Sem eu precisar esconder nada.

— Está animada? — Theo me perguntou, segurando a minha mão, ao meu lado, no banco detrás do carro do meu pai.

— Estou. — falei, dando um sorriso. — Animação com uma dose de medo. Não imagino o que me espera.

— Vai dar tudo certo. Qualquer coisa é só gritar e nós iremos aparecer para te salvar.

Theo me deu um beijo e eu me aconcheguei em seus braços. O meu coração batia rápido de tão nervosa que eu estava. Theo acariciava a minha mão e dava beijos no meu rosto. Por mais acolhedor que isso fosse, esse carinho dele não me acalmava por completo.

Vi o símbolo do SBT e a cada centímetro que nos aproximávamos, o meu coração disparava cada vez mais.

— Fica tranquila. — Theo me deu mais um beijo. — Já disse que estaremos com você.

— Eu sei. — prendi o lábio. — É que ver que está chegando, está me deixando muito tensa.

— Eu percebi.

— Filha. — minha mãe virou para me olhar. — Se quiser desistir não tem problema.

— Eu quero ir. Só estou nervosa.

Theo sorriu e mais uma vez me deu um beijo no rosto e me virou para abraçá-lo. Assim ficamos até meu pai estacionar o carro e dizer:

— Chegamos.

— É, tenho que ir... — falei.

Theo segurou o meu rosto eu por mais que eu precisasse muito de um beijo nos meus lábios naquele momento, ele não fez. Talvez por receio dos meu pais. Ele encostou a testa na minha e sorriu.

— Eu te amo.

Aquilo poderia me acalmar, mas o meu coração que já estava acelerado, descompassou totalmente. Tive até medo de ter um piripaque ali depois de um pane no meu sistema. Sorri de volta e sem resistir, dei um selinho.

Mais uma vez, não consegui dizer que o amava. Meus pais me desejaram boa sorte e eu peguei as minhas máscaras e vesti assim que saí do carro.

Confesso que a timidez já veio só por andar com aquelas máscaras do estacionamento até a recepção do TVL.

— Ninitye! — a recepcionista disse ao me ver chegar.

Sorri e embora ela não conseguisse ver a minha boca, ela deve ter percebido que eu sorria através dos meus olhos.

— Sim. Sou eu.

— Seja bem-vinda.

Ela torceu a cara em um gesto solidário.

—Sei que você não gostaria disso, mas você precisa mostrar seu documento para entrar.

— Ah. — suspirei. — Não tem outro jeito?

Por trás das máscaras de NinityeOnde histórias criam vida. Descubra agora