Capítulo 20

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Demorei para dormir e acordei sem vontade nenhuma de ir para a escola. Ouvi o alarme do meu celular e continuei deitada na cama.

Minha mãe entrou no quarto e acendeu a luz, fazendo com que eu fechasse os olhos devido a claridade.

— Filha, você está atrasada. Precisa se levantar para ir para a escola.

— Não quero. — respondi. — Todo mundo vai rir de mim.

— Tenho certeza que todo mundo já esqueceu dessa história. — ela disse com uma voz tão instável que não me deu segurança nenhuma de que ela mesma estava acreditando no que estava falando.

— Não, eu não vou. — afirmei.

— Manu, fugir vai ser pior.

Afundei a minha cabeça no travesseiro e minha mãe bateu palmas.

— Levantando. — ela disse. — Vamos.

Sem ânimo nenhum, eu levantei. Olhei para as minhas máscaras e fiquei morrendo de vontade de usá-las. Era disso que eu precisava naquele momento.

Fui tomar banho, tomei um café da manhã em silêncio, até que ouvi a campainha tocando.

Abri a porta e estavam a Vick, Luna e Theo ali na porta.

— Bom dia, amiga! — Luna falou animada. — Como está se sentindo?

— Desanimada. — respondi.

— Calma, amiga. — Vick falou. — estaremos ao seu lado.

— Sim. — Theo falou se aproximando de mim. — Já disse que vou estar ao seu lado.

Ele veio até mim e tirou as minhas mãos que seguravam a porta e levou para trás do seu corpo para que eu o abraçasse. Que agonia que me dava com aquele gesto porque sempre parecia que ele iria me beijar e isso me deixava muito sem graça.

A Luna nos olhava admirada. Travei os meus braços na tentativa de impedir a sua intenção

— O que foi? — Theo me perguntou ao perguntou ao percebeu que eu havia impedido o seu gesto.

— Nada, nada. — eu desviei de seu corpo para fechar a porta e sair. — Só estou com medo de hoje.

— Fica tranquila, amiga. — Vick me disse.

Olhei para Theo e ele havia mudado a sua expressão. Parecia decepcionado.

Mas o que eu podia fazer? Ele tinha namorada e um carinho daquele não condizia com um rapaz comprometido igual a ele. Em respeito a Bianca, eu preferia evitar.

Fomos caminhando e, provavelmente para me distrair, Luna e Vick voltaram a falar da loja do meu pai. Elas tinham mais ideias para melhorar a vendas e falavam super empolgadas.

Durante todo o trajeto, Theo ficou em silêncio e andava um pouco mais atrás de nós. Não tentei incluí-lo na conversa, pois ele não parecia interessado, então não quis ser inconveniente.

Chegamos na escola e o que eu mais temia havia acontecido:

Assim que entrei já ouvi muita gente rindo de mim. Não dava para decifrar o que falavam ou quem era. Apenas ouvia zoação e riso.

Meu olhar passou pela parede e ali estavam colados panfletos por todas as partes com a minha foto, caída, com a calça rasgada e a calcinha aparecendo. O que eu enxergava era muito confuso e indecifrável. Tudo se misturava, o som e as imagens. Porém as fotos pareciam aumentar de tamanho diante dos meus olhos e o riso ficar cada vez mais alto. Senti uma leve tontura, um enjoo e meu corpo fraco. Achei que iria desmaiar, ou era apenas simplesmente minha mente arrumando um jeito de eu realizar a minha vontade de sumir.

Por trás das máscaras de NinityeOnde histórias criam vida. Descubra agora