Five

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Todos somos vaidosos, mesmo quando lutamos contra isso.

Minha cabeça latejava irritantemente e minha garganta doía, era como se eu tivesse engolido pregos. Até mesmo a luz que trespassava as cortinas de pano leve e claro do meu quarto, me irritava.

- Você está de ressaca. - A voz baixa e indiferente de Louis soou ao meu lado.

Me virei na cama e lá estava ele, olhando para o teto. Me pergunto se Louis costuma dormir. Se sim, dorme na minha cama? Por quê sempre que eu acordo ele está ao meu lado.

Por incrível que pareça, ele não respondeu ao meu pensamento, talvez não esteja lendo minha mente, o que é um milagre.

Na verdade, Louis parecia triste.

- O que há com você? - resolvi perguntar em voz alta.

- Nada - deu de ombros.

- Você anda muito calado ultimamente. O que há ? - insisti.

- Até mesmo nós, seres sobrenaturais, temos nossos momentos. - Sua voz transbordava deboche.

- Eu, ein - franzi o cenho, logo em seguida me levantando da cama.

Enquanto tomava banho, me peguei pensando no que mais eu pediria.

Digo, já sou milionário e popular, o que mais poderia querer? Nicholas seria uma boa, mas como Louis não pode se envolver nisso, terei que guardar meus últimos dois desejos para depois. Talvez, com o tempo, eu resolva o que pedir. Sem falar que não quero ficar sem a companhia de Louis tão cedo, ele é legal.

Só espero que não se importe com minha demora, que não se importe em passar mais tempo comigo.

- Eu poderia desejar ser imortal? - perguntei, enquanto ajeitava meu cabelo.

- Porque iria querer ser imortal? - Louis perguntou confuso.

- Porque não iria querer? - retruquei o pergunta.

- Porque o mundo é cruel demais para se viver nele para sempre? - respondeu, como se fosse óbvio. Na verdade, era bem óbvio. - Porque você iria ver todos partirem enquanto você é eterno? Porque iria enlouquecer com o tempo? - Continuou com seus argumentos.

- Tá, já entendi. Você tem razão - revirei os olhos. - Mas eu poderia?

- Não. Já mencionei que não pode pedir algo complexo demais. Eu não sou Deus, Harry, não posso interferir nesse tipo de coisa - explicou. - Acho que se o fizesse, seria preso na garrafa, pois isso é um pecado; e não só contra a religião.

- Entendi - assenti de leve, processando tudo. - Existem outros como você então. - Aquilo foi mais um afirmação.

- Sim. Mas eu nunca conheci - riu de leve - Quem sabe eu ainda não encontre um genio bonitão pra mim, huh? - brincou, fazendo-me revirar os olhos novamente.

- Então... você pode amar? - perguntei, alguns segundos depois.

- Não posso amar um mortal. Claro que posso ter o sentimento, isso é inevitável considerando que eu também sinto como vocês, mas eu não posso... executar tal coisa.

- Então, se amasse algum mortal, teria que ser em segredo? - perguntei, tentando entender.

- Isso aí.

- Você não pode ser normal? Digo, deixar isso de lado e viver como um garoto comum, uma vida comum?

Louis me encarou por um tempo e, mesmo que receoso, respondeu:

- É o meu oficio, Harry, não posso simplesmente largar de lado.

- Você não respondeu minha outra pergunta - avisei.

I wish (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora