Eight

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Eu queria que você soubesse que amo o jeito que você ri
Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor
Eu mantenho sua fotografia
E eu sei que me serve bem
Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor (Broken - Seether)

- Não queremos falar com você, Harry.

- É, pode ir com seus novos amiguinhos. - Niall complementou, também virando as costas.

E foi isso o que eles disseram à exatos dois meses atrás, para depois desaparecerem da minha vida, sem sequer me dar uma chance. Eu entendo a raiva que eles devem estar sentindo, fui um completo tolo. Agora perdi meus amigos, perdi minha privacidade, não perdi minha virgindade, e - de brinde - só ganhei dor de cabeça.

Tem como piorar ?

- Should I stay or should I go now? Should I stay or should I go now? If I go there will be trouble. An' if I stay it will be double. So come on and let me know!

Tem quando Louis está massacrando a música do The Clash.

- Nossa senhora do bom rock, ainda bem que ninguém mais pode te escutar, ou a policia já estaria batendo à nossa porta. - resmunguei.

- Ah, eu não sou tão ruim assim, vai. - Parou de pular na cama e me encarou, um leve beicinho se formando em seus lábios.

- Você não é ruim, é pior do que ruim. Parece até uma panda prenha - provoquei.

- Então eu sou fofo, né ? Pois pandas são fofos - perguntou, com a maior inocência do mundo.

- Ninguém parindo é fofo - fiz careta.

- Como não? - Ele se sentou na cama - Acho que dar a luz é uma das coisas mais lindas do mundo. Não pelo bebe saindo, mas sim pelo milagre em si - sorriu para o nada .

- Sério mesmo? - continuei com a careta.

- Como será que eu nasci? - perguntou de repente, mudando o foco do assunto. - Bom, se é que eu nasci - corrigiu-se, rindo fraco.

- Você gostaria de ter uma mãe, um pai, alguns irmãos?

- Uma família - ele sorriu mais ainda.

Senti um aperto no coração, um aperto extremamente incomodativo. Louis é um garoto - mesmo que anormal - muito especial. Acho que deve ser chato pra ele realizar os desejos dos outros e não ter nenhum para si mesmo.

- Não se preocupe comigo, Harry. É o meu ofício - ele falou ao, obviamente, ler minha mente.

- Acho que vou desejar ler mentes também - comentei, só para nos desviarmos daquele assunto incomodo.

- Não queira isso - riu fraco.

- Por que não?

- Você verá um lado oculto das pessoas, e, por ser oculto, muitas vezes é ruim. Você verá o que muitos pensam realmente sobre você e isso não é bom. E... você sofrerá com coisas que desejaria não ter descoberto. - Sua voz foi ficando baixa, seu tom triste. - É na mente que as pessoas guardam suas verdades. E vai por mim, muitas vezes é melhor que elas fiquem lá, ocultas.

- Mas não acha importante sabermos a verdade? - perguntei, um tanto confuso.

- Se fosse assim, vocês humanos teriam nascidos com o poder de ler mentes, uh?

- Faz sentido. - assenti de leve, me afundando novamente na cama e encarando o teto estrelado.

Senti o colchão afundar minimamente, o que indicava que Louis estava vindo se deitar ao meu lado. Mas notei que essa indicação era falsa quando seu rosto entrou em meu campo de visão. O gênio  colocou uma perna de cada lado da minha cintura, o que me deixou extremamente confuso, e, confesso, fez meu coração dar uma leve disparada.

I wish (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora