Twelve

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Não há nada que você possa aprender que já não seja conhecido
Nada que você possa ver que já não foi mostrado
Nenhum lugar que você possa estar que não é onde você estava destinado a estar
É fácil

Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor, amor
O amor é tudo que você precisa

( All You Need is Love - The Beatles)

Ás vezes nem tudo o que desejamos é aquilo que realmente precisamos. Claro que Harry precisava desejar aquilo, pois essa era a única maneira de salvar o casamento de seus pais, a única maneira de resgatar sua vida antiga, por mais frustrante que ela fosse antes. Mas desejar aquilo não era realmente o que Louis queria.

Tudo girou de uma forma extremamente nauseante. o garoto tendo a sensação de estar preso a uma vertigem sem fim.

Então tudo de repente parou, e Harry não via nada mais. Era apenas a escuridão, o silêncio e ele.

(...)

Harry acordou algumas horas depois e se viu olhando para o tão comum teto estrelado. Mas não era o teto estrelado da mansão - o qual ele também havia feito questão de estrelar -, era o teto de seu antigo quarto, em sua antiga casa.

Ele se assustou ao ver que se lembrava de tudo o que havia acontecido desde que Louis apareceu em sua vida. Se lembrava dele. Não era pra se lembrar, certo? Ele desejou nunca tê-lo conhecido.

Algo estava errado.

- Argh! - O garoto se assustou ao ouvir um grito familiar, e imediatamente se sentou em sua cama. - Droga de parede sem escada. - Louis praguejou, entrando no quarto de Harry de forma desastrada e o fazendo ter um déjá vu.

Ele não deveria estar ali, não era parte do desejo. Louis parecia igualmente surpreso.

- O que aconteceu? - Harry perguntou confuso.

- Eu não sei.

- Parece que estou de volta a minha antiga vida, mas não era pra você estar aqui. - Ele coçou a nuca. - Não que isso não seja bom. - complementou.

- Mas não é bom. Não era realmente pra eu estar aqui, algo deu errado. - O gênio falou. - Nós voltamos ao dia em que nos conhecemos.

Louis olhou em volta. Notou a caixa de pizza em cima da mesinha de centro, o bilhete de loteria na escrivaninha e ao lado o celular de Harry. Sem falar também que ele usava a mesma roupa daquela noite.

- Isso quer dizer que... eu tenho novamente meus desejos? - Harry perguntou, mais confuso ainda.

- Isso é que é estranho. - murmurou. - Você tem apenas um desejo, aquele que havia sobrado. - explicou.

- Como isso é possível? Não voltamos no tempo?

- Eu estou tão confuso quanto você, Harry. - suspirou.

- De qualquer forma, isso é bom, né? Digo, meus pais estão juntos novamente, eu tenho aos meus verdadeiros amigos e você não se foi.

- Bom, acho que sim. - Louis deu de ombros, não contendo um sorriso. - Sinto muito pelos desejos fracassados.

- Aqueles desejos que só serviram pra bagunçar minha vida? Puff! Não me importo com eles. - Harry falou, sendo totalmente verdadeiro.

- De qualquer forma, ainda lhe restou um.

- E eu vou usa-lo com o maior cuidado. - riu fraco.

Então era aquilo? Os desejos foram desfeitos e Louis não precisou cair no esquecimento para isso. Era surreal, não podiam negar, mas estavam felizes com o 'desfecho' que a história toda tomou. Harry estava feliz por ter Louis com ele, pelo menos por mais algum tempo.

- Harry, escola! - ouviu sua mãe berrar.

- Desça pronto em até dez minutos ou eu lhe acordo com um balde de água fria! - Foi a vez de seu pai.

Harry sorriu de orelha a orelha.

- Nunca achei que fosse amar tanto essas frases. - fechou os olhos, ainda sorrindo. - Estamos de volta, Louis! - berrou, se levantando e correndo até o gênio para abraça-lo. Ele riu com aquele ato.

(...)

- Olha por onde anda fedelho. - Brad empurrou Harry pelo ombro, e franziu o cenho quando, ao invés de reclamar baixo, ele sorriu. - Maluco. - murmurou, se afastando.

- Por que está sorrindo? - Louis perguntou, também estranhando a ação repentina de Harry.

"Estou tão feliz de ter minha vida de volta. Não está óbvio?"

- Feliz em que nível? - ele perguntou.

"A ponto de eu mesmo oferecer minha cabeça para os valentões afogarem na privada."

- Uau! - Louis exclamou, rindo em seguida.

O dia se seguiu tipicamente normal, mas o normal de antes. Harry voltou a ser invisível para todos aqueles alunos, voltou a receber bolinhas de papel na cabeça quando respondia as perguntas dos professores. Nicholas voltou a não saber da existência dele, e o seu horário de intervalo voltou a ser na biblioteca, ao invés de na mesa dos populares. Aquele sim era um dia perfeito. E nada, nem ninguém, conseguia tirar o sorriso do rosto do Harry.

Ele estava feliz. Podia não ter uma vida perfeita, mas aquela era perfeita se comparado à que ele havia tido nas últimas semanas. Sem falar que as pessoas que realmente amava estavam de volta.

- Harold! - Liam berrou ao ver o amigo sair da escola e caminhar até eles.

- Não sabe a falta que eu senti de vocês! - Harry também berrou, se jogando contra Niall e Liam, os abraçando como se o fim do mundo estivesse a poucos segundos de acontecer.

- Mas nos vimos ontem. - o loiro franziu o cenho.

- Mas para mim pareceram semanas. - ele falou, se lembrando dos acontecimentos que só ele e Louis sabiam.

- Você é estranho. - Liam fez careta. - Sem falar que nem reclamou quando eu te chamei de Harold.

- Por mim pode me chamar até de Lacraia de zurgue que eu vou amar. - sorriu, segurando os amigos por seus ombros e os guiando para fora dali.

Louis observava a tudo com um sorriso no rosto. Parece que tudo, por mais estranho que fosse, estava resolvido. Harry estava satisfeito em ter sua vida de volta e o gênio ficava satisfeito também, pois gostava de vê-lo feliz.

Louis começou a se perguntar como é que, em tão poucas semanas, aquele garoto havia conseguido conquista-lo tão profundamente. Mas então se deu conta de que aquele não era o tipo de coisa pra ser entendido e sim sentido.

Um problema, sem dúvidas.

Louis resolveu voltar para casa de Harry e espera-lo. Ele ficaria triste quando o garoto fizesse o último pedido e assim teria que ir embora, querendo ou não. Mas acabou não se importando em pensar naqueles detalhes agora. Ele apenas aproveitaria o tempo que lhe restava.

Mas quanto tempo lhe restava?

Essa pergunta começou a lhe rondar a cabeça de repente, e o sorriso de Louis foi sumindo conforme uma estranha sensação se apossava dele. Era o mesmo aperto no coração que ele sentira no momento em que leu na mente de Harry que ele desejaria nunca tê-lo conhecido. Esse aperto se misturava ao medo, presente em cada canto de seu corpo, de sua mente. Era a sensação de que algo ruim iria acontecer.

I wish (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora