Six

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O que é verdadeiro volta? Não.
O que é verdadeiro não vai.
O que é verdadeiro permanece.

Louis

Que tipo de ser humano marca um passeio de canoa como encontro? Romântico? Confesso que sim. Ultrapassado? Com certeza.

Harry vai levar Nicholas para esse passeio. Ele adorou a ideia, mas o que posso fazer se aquele garoto transpira tédio? Sério, ele é muito desmaiado.

Harry, desde o meu ataque de sinceridade a dois dias atrás, não está falando comigo. Mas que culpa tenho eu de tentar dar um alô nele e dizer o quão babaca está sendo? Até mesmo de Niall e Liam ele se esqueceu. Agora só liga para o tal de Nick e os populares da escola.

Tão clichê que dá vontade de bater a testa na parede.

- Então é isso? Eu sou inexistente pra você agora? - perguntei, já cansado do fato de ele estar me ignorando. Ele não me respondeu, apenas continuou a ajeitar a camiseta. - Harry. Não. Me. Ignore - falei pausadamente, a fim de conter os ânimos. Silêncio - Harry! - chamei novamente.

- Eu estou te dando um gelo, Louis. Achei que já soubesse como os seres humanos agem. - Me olhou através do espelho, sorrindo cinicamente.

- Como perfeitos babacas? Oh, sim, disso eu já sei.

- Você não me deixa aproveitar o que eu estou conquistando.

- Acontece que você não conquistou. Foi dado - lembrei.

- Nicholas não foi - arqueou a sobrancelha esquerda, num ato totalmente sinico.

- Pro inferno você com esse Nicholas! - praguejei. Então eu saí dali.

Porque eu tenho que gostar dele? Juro que se não fosse proibido mostrar meus sentimentos para com ele, eu o beijaria.

Sim, admito isso e não dou a mínima.

Mas que droga está acontecendo comigo? A vida é dele, ele faz o que quiser. Eu tenho que cuidar do meu oficio, dar o que ele deseja e depois partir para o próximo imbecil. E assim a vida segue, num ciclo sem fim para mim.

Confesso que as vezes eu gostaria de ser um garoto normal. Eu gostaria de frequentar a escola, fazer amigos e ir a festas. Gostaria de sentir os lábios de um garoto contra os meus e sentir as tão famosas borboletas no estômago. Gostaria também de ter uma família, a qual faríamos ceias no natal e assistiríamos aquelas coisas que explodem no céu na noite de ano novo. Irmãos com quem brigar quando estes estivessem ocupando o banheiro a tempo demais, ou mexessem em minhas coisas. Um cachorro para levar para passear, e fugir quando este fizesse suas necessidades no gramado de algum vizinho, o qual eu não iria muito com a cara.

Poder ser normal seria o máximo, mas eu só conseguiria se algum dos meus amos o desejasse. Claro que quase ninguém sabe disso, a não ser que tenha lido algo sobre, ou então visto algum daqueles filmes estúpidos sobre genio da lâmpada mágica. Mas como ninguém perde tempo com essas coisas, esse é um fato que fica alheio.

Eu poderia pedir a Harry - o amo a qual eu fui mais chegado até agora - que desejasse que eu fosse livre, mas os desejos são dele, e seria errado que desperdiçasse comigo.

Ninguém desperdiçaria.

~~

Harry saiu de casa, rumo a de Nicholas. Eu o seguia. Estava no plano astral, de modo que ele não podia me ver. O plano astral é o que eu chamo de casa. Posso ir de um país a outro num piscar de olhos, e isso me é muito útil já que não só as pessoas da Inglaterra que precisam de um pequeno ''milagre'' em suas vidas.

I wish (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora