6• rascunho

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Duas horas haviam se passado quando Harry finalmente acordou. Olhou para o lado e viu Layla dormindo num sono tão confortável que resolveu deixar ela ali. Apoiou a cabeça dela nas costas do banco e saiu.

Ele estava melhorando. Com as ervas medicinais e os medicamentos feitos só pra ele, Harry estava finalmente ganhando força, e sua aparência não estava mais tão mórbida, depois de tempos não parecia mais um cadáver, e sim alguém vívido.

Aproveitou seu pico de energia e foi trabalhar em seu plano. Tudo poderia ter mudado mas ele ainda não esqueceu de sua vingança. O rancor e a mágoa sempre permaneceram nos frios olhos azuis de Harry.

×

Contatos marcados, locais planejados e suposições do que poderia acontecer. Tudo isso num papel rabiscado em cima da mesa da cozinha.

O primeiro rascunho do plano estava feito, mas óbvio que não era só isso, teria que dedicar dias para fazer a cena perfeita, editar deveras táticas para terminar a obra prima.

-Ela não poderia saber - Está ciente que Layla negaria apoio total e que provavelmente o impediria, ou pior, atrapalharia tudo.

Ela saber é um risco pra todo o plano, e pra ela também, pois poderiam fazer algo contra a garota como carta na manga para encurralar Harry.

Após ter terminado o primeiro rascunho, se direcionou até a sala de estar e pegou o telefone, onde telefonou para um colega no qual o ajudaria na execução, e que só estava na espera de sua ligação.

📞

- alô?

- Quanto tempo Fred, é o Harry.

- Você ainda tá vivo? Demorou demais, achava que você tinha morrido...

- Eu nunca morro - era óbvia a frieza na voz dele, a frieza que sempre teve.

- Quero que já comece a recrutar alguns caras, vai demorar pra isso tudo acontecer, mas preciso cuidar com antecedência.

- Assim, do nada? Acha mesmo que eles vão aceitar sem nem ao menos saber onde você tá?

- Eu voltarei logo, diga a eles que serão bem recompensados.

- Certo então, boa sorte.

📞×

- Com quem estava falando?- Layla havia chegado na sala coçando os olhos recém abertos.

Harry suspirou

- Ninguém importante, não se preocupe.

- Tudo bem, espero que não esteja escondendo nada de mim.

- Pode ficar tranquila.

Caminhou até o quarto de hóspedes, onde seria seu novo local de descanso, e se deitou.

Com a cabeça quente, querendo pensar em mil coisas mas ao mesmo tempo em nada, Harry tentou dormir. Seus olhos pesavam como duas rochas enormes, mas sua dor de cabeça era tão grande que o fez apenas estar no limbo do estado de sono.

Layla ao entrar no quarto e ver a cena, logo preparou uma toalha quente no banho Maria e um chá. Uma coisa que tinha aprendido com os dias em que ele estava aqui: um paninho quente na testa dele resolve tudo.

Colocou o pano devagar, enquanto o mais velho tentava entender se ele estava dormindo ou não, olhando para a garota.

Sentiu um aroma fresco adentrar o ar, o cheiro de incenso de baunilha aceso no momento por ela e que se espalhava era evidente, o fazendo respirar fundo para sentir mais o aroma.

Logo foi se acalmando, e dormiu pesado.

-vou deixar seu chá aqui pra quando acordar.

••

📞

- Senhor, já estamos vasculhando tudo. No momento estou acompanhando uma garota de dentro e fora da casa dela, escutei ela falando a uns dias sobre ele. Pode deixar comigo.

📞×

••

A garota estava sentada no sofá assistindo tv, quando escutou o telefone tocar.

📞

...

Não emitiu nenhuma palavra...

- Alô? Harry? Olha, já consegui os armamentos que você queria, Você quer que a gente fique de olho no homem aranha pra você? O cara não para de te procurar... Quando "cê" vai voltar?

📞×

Layla desligou o telefone rapidamente, e olhou pro lado, onde via Harry parado em sua frente.

-Quem era?

- O que você fez, Harry?- estava pálida

- Layla, isso não é tão fácil quanto você pensa. Te expliquei desde o começo o que eu queria, por favor, não- se- intrometa...

- Você acha que vai ganhar o que matando ele? Quer acabar na cadeia de novo?! Se isso acontecer eu não vou te acudir pela segunda vez.

- Esqueça... E me dê o telefone- Haary em uma sacada rápida tentou pegar o telefone da mão da garota, que logo desviou.

- Não! Aqui é a MINHA casa, eu me arrisquei a tomar conta de um fugitivo, e agora você tá escondendo as coisas pra mim?

...

- Eu sei, mas me deixa retomar a chamada, justamente por causa disso eu tenho que tentar te proteger!

- Não caio mais nessa, se quiser atenda, vai nessa, a culpa é minha mesmo, de tentar cuidar de um assassino.

Saiu da casa.

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