5• Doce

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Alguns dias se passaram e Peter continuava sua busca incessante por Herry, mas sem sucesso. Procurou nos lugares mais óbvios e em todas as propriedades no nome dele, mas nada do mesmo, estava começando a achar que ele havia ido para mais longe do que achava, talvez até outro estado.

Isso não era bom, não mesmo, a imprensa o cobrava querendo uma explicação, o povo de Londres já não tinha mais esperanças nos policiais a muito tempo, só restava ao homem aranha a quem confiar.

"Ele nos dá esperança"

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- Acha mesmo que já consegue seguir em frente?- Layla via Herry de longe já em pé andando em direção a porta.

- Sim, já estou melhor, eu preciso de um ar fresco, irei dar uma volta.

- Está bem, tome cuidado. - Não queria admitir mas estava apreensiva, e quem não ficaria? Mas não tinha o que fazer, era preciso. Isso tudo era temporário, era perigoso mantê-lo aqui por muito tempo, então quanto mais cedo ele se recuperasse, mas cedo ele iria embora.

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Herry agora estava sob os chãos de uma praça, acompanhado de um vento singular que lhe fazia ter calafrios. Não sabia distinguir se era bom ou ruim. Apenas fechou os olhos e se deixou sentir pela sensação nova.

Começou a caminhar em busca de explorar. Passou por algumas pequenas lojas, uma pequena igreja branca e amarela com uma torre e seu sino, e do lado, havia algumas crianças brincando. Mas a frente se via a feira, com barracas de alimentos tão bonitos quanto os de qualquer supermercado, comandados por senhores e senhoras tão humildes quanto.

Havia também uma escola, pequena, mas adorável ao olhar, com pinturas suaves e árvores com botões de flores tão coloridos quanto as de um jardim, um ambiente perfeito que com certeza em algum horário do dia daria pra ver as crianças em cima de uma dessas árvores.

Até as casas seguiam esse padrão de humildade e conforto, tudo lá era tão...calmo. Não deixou de abrir um sorriso, nunca tinha visto tantas cenas tão bonitas na sua vida.

Na volta, passou por uma padaria, e aproveitou para comprar alguns pães e doces, com aquilo tudo, uma agulha de sentimento atravessou seu corpo, então não podia perder essa oportunidade.

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-Oh, já chegou? - Layla o viu entrar pela porta da frente, estava preparando um café. Desviou seus olhos do rapaz até que parou em uma de suas mãos.

- Vejo que trouxe algo, algo que cheira muito bem!

- Comprei alguns pães, meu jeito de agradecer,espero que goste.- Parou para analizar a cena, ele de manhã voltando para casa com o café da manhã, enquanto via a moça preparar a mesa. "Parecemos pessoas comuns"

Não deixou de rir internamente com esse pensamento

Layla não deixou de atiçar sua curiosidade e resolveu ver a sacola.

- Ai caramba! Pão de goiabada! Eu amo muito esse doce, acertou em cheio! - dizia ela enquanto devorava o doce.

Herry voltou a sorrir, o dia estava tão lindo, e seu humor tão doce quanto o pão de goiabada.

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Ja era de tarde, os dois estavam sentados na varanda apenas apreciando o dia, não queriam tocar em qualquer assunto desconfortável que fosse, apenas queriam um dia de paz.

Estavam em um banco de balanço que havia lá, balançando cuidadosamente ao ponto de Layla dar pequenos apertos no olho querendo dormir.

Herry a olhou, apenas a analisou a pessoa que foi responsável por salvar sua vida. Se não fosse por ela, estaria debaixo da terra agora, ou apodrecendo entre urubus à beira da estrada.

A garota não resistiu, caiu em um sono leve e acabou deitando sua cabeça no ombro do rapaz, que instantâneamente voltou a observa-la.

Cuidadosamente levou sua mão em direção aos seus cabelos cacheados, na intenção de acariciar, mas acabou se distraindo e brincando com as molinhas que iam e voltavam com os movimentos de sua mão.

Voltou a caminhar seus dedos pelo rosto macio dela, decifrando cada parte, cada toque. Como a achava linda...As modelos no qual seu pai o obrigava a posar junto para revistas não chegavam aos pés da beleza natural dela. E isso ele não podia negar, sua pele negra se refletia à luz do sol, a fazendo brilhar ainda mais. Herry não deixou de se encantar com isso e se atreveu a acariciar cada parte de seu rosto em que o sol tocava, fazendo assim com que sentisse aquela agulha de sentimento no peito de novo. Suspirou antes que dormisse dando os carinhos leves na morena.

E seu peito começa a criar vida

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20/fev

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