Um novo ano, 600 novas vagas abertas para estudantes do exterior, um novo ciclo, novas olheiras, novas rugas, novos trabalhos e novas oportunidades de refletir sobre a liberdade e a prisão.
A vida nas escolas da Coréia é bem estressante, novas tecnologias surgindo, novos formados, novos livros e novos alunos, sem contar com os novos..
-Shii! Silêncio.
Os novos seres que aparecem aqui sempre apenas para a pegação e baderna, eles são terriveis! E parece que vivem querendo me ver com raiva.
Prazer, Kim Ha-yun.
Eu sou bibliotecária à cerca de 3 anos, recebo bem e amo livros; oque mais eu ia querer?
MENOS ESTRESSE.
Mas com as portas da biblioteca aberta, é impossível.
É realmente impossível!
Eu posso tentar ler, escrever ou até ignorar mas.. eles são inofensiveis para ver tais atrocidades, livros jogados e rasgados me doem o coração, imagina se os livros veem seus companheiros de estante sofrerem assim? Como eles devem se sentir né..
É, pois é; talvez eu seja uma fanática por livros. Talvez.
Tenho 24 anos e nunca ousei machucar qualquer livro, sou pobre e não tenho dinheiro pra pagar por eles.
Sou bibliotecária porque gosto e porque me conecto com os livros, eu escrevo alguns livros por diversão mas nunca pensei em escrever pra valer; pra jogar no mercado e ver oque as pessoas acham.. Eu tenho inseguranças demais para me abrir assim.
Ah, agora vem a parte chata pra mim.
Parar os vandalos que fumam por aqui, eu sinto o cheiro de fumaça..
-Ei, vaza moleque.
-Quem é você tia, gostosinha viu.. vamo dar um role ali no meu quarto.
-Tá louco filho da.. - droga, não posso xingar aqui dentro - vaza moleque, eu não tô de bom humor hoje.
-Nem hoje nem nunca né - um outro garoto aperta minha cintura por trás e eu tomo um susto - vamo ali vamo.
-Porra.. ah vai se fuder moleque - sussurro perto do seu ouvido repugnando o tanto de cera que tem e o cheiro de cigarro horrendo - ou vocês vazam, ou eu arrasto vocês pra fora.
-Tenta a sorte - ele diz e pressiona seu quadril na minha bunda - gostosa.
-agora chega!
É.. vocês já sabem, tomaram uma surra dupla e varios estudantes estavam vendo.
Levei eles para fora e mandei os estudantes voltarem pra sala, eu sou famosa por dar uma lição nos maconheirinhos daqui.
Sem me alto-vangloriar; eu não sei lutar muito bem mas os fumantes ficam mais fracos depois dos primeiros cigarros matinais, e eu sou mais velha que alguns então fica mais fácil de bater.
Mas eu não me orgulho disso.
Eu sinto nojo por saber que o meu corpo já foi tocado assim por eles, mas eu mantenho a seriedade com esse tipo de coisa porque é comum pra mim, meu corpo é digamos que.. violão? Eu como mais que as outras garotas e me exercito mais, eu gosto de ser diferente das comuns.
Após as minhas brigas geralmente tem menos gente aqui, tem mais burburinhos dos alunos novos mas é sempre lá fora; mas hoje não.
Hoje tem um grupinho, de "populares" digamos.. Conversando e me encarando com cara de nojo, mas relaca que eu não nasci ontem e sei que é sobre mim ou sobre os demais funcionários da faculdade.
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Uma bibliotecária nas estrelas
عاطفيةUma bibliotecária extremamente racional e um aluno irritante tem os seus destinos cruzados de maneira estúpida, seria apenas rivalidade ou.. Algo à mais? -Eu te odeio. - digo irritada. -Te odeio mais. - ouço ele dizer baixo. -Te odeio muito mais...