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Quando chego em casa está chovendo muito, me preocupo se tem alguma goteira ou algo do tipo.

Enquanto estaciono minha moto, um farol tampa minha visão, era o carro do Obito na frente de minha casa.

Tiro o capacete da moto para ver se é ele realmente, e era.

Ele está de camisa social branca com três botões de cima desabotoados, uma calça de trabalho preta, seus cabelos estão bagunçados, mas isso deixa um caminho para seus olhos.

Quando ele vem até mim, parece cena de um filme, ele está se molhando todo de chuva e olho para ele sem entender o que ele estaria fazendo aqui.

Desligo minha moto e espero ele vir até mim.

Ele caminha com determinação.

-Oi- isso foi tudo que ele disse, após atravessar a chuva para vir até mim.

-Oi.

-Katy está chorando, ela quer você de volta.

-Talvez quando ela for a chefe, eu volte.

-Não é só ela.

Meus olhos estão presos nos dele, não consigo olhar mais nada a não ser seus olhos.

Um silêncio preenche o espaço, mas não é um desconfortável, pelo contrário, parece um sonho estar assim com ele.

Então, ele me beija e eu retribuo.

Uma de suas mãos vão até o meu pescoço e a outra me agarra pela cintura, é como estar sonhando, algo tão bom que não parece ser real.

Quando nós afastamos por falta de ar, ele me encara com um rosto confuso, sem saber se podia ou não ter feito isso, não falamos nada.

Ele corre em direção a seu carro na chuva e vai embora, logo após me beijar como se tivesse cinco anos sem nunca ter beijado uma boca.

Fui dormir naquela noite pensando naquele beijo, se realmente foi real ou um impulso do momento, se ele realmente queria me beijar.

O dia seguinte foi um pouco desanimador, só tinha faculdade e tinha que comunicar minha demissão para minha mãe.

Depois que meus irmãos foram para escola, chamo minha mãe para conversar.

-Mãe, fui demitida.

-Como assim filha? Você fazia de tudo pelo bem da garotinha, ficou até tarde no hospital com ela.

-O patrão chegou ontem de viagem, ele ta achando que estou querendo namorar o filho dele.

Minha mãe revira os olhos e me abraça.

-Já estou a procura de um emprego, não se preocupe- diz ela.

-Irei para a faculdade agora, depois irei procurar um emprego também.

Minha aula foi tranquila, consegui prestar atenção, mesmo com o beijo rodando meus pensamentos.

Ao chegar no estacionamento, vejo Obito na minha moto e vou em direção a ele.

-Licença.

-Posso te oferecer uma carona hoje?

-Eu estou de moto, não preciso.

-Deixe eu dirigir ela então.

Penso na proposta.

-Por que?

-Vamos conversar melhor no meu escritório, aqui tem muita gente.

Aceito e entrego o segundo capacete a ele.

Sento atrás dele e agarro sua cintura, com uma certa distância para que não fique desconfortável para ambos.

-Pode se segurar, está tudo bem.

-Seu terno pode amassar.

-Que desculpa besta.

O caminho até sua casa foi tranquilo.

Ao chegar lá, Katy não estava, pois tinha saído com seu pai, fico triste, queria ver a garotinha.

Subo as escadas com Obito.

Entramos em seu escritório e me sento na cadeira.

-S/n, o que meu pai falou para você ontem?

-Você não ouviu? ele me demitiu.

-Antes disso, o que ele disse.

Será que ele vai tocar no assunto do beijo? Ou vai se fingir de desentendido?

-Que eu arruinei seu noivado- digo dando uma risada irônica, mas seu rosto permaneceu sério- tem algo que eu deveria saber?

-Não, você vai estar de volta depois que eu conversar com ele.

-Se não conseguiu convencer ele de acabar com o seu noivado, não convencerá de ter uma babá qualquer de volta.

-S/n, você sabe muito bem que não é só uma babá.

Um silêncio paira sobre a sala, nossos olhos se encontram e de repente, me vejo o beijando novamente.

Ignoro esses pensamentos e desvio o olhar dele.

-Tá quente aqui- digo tentando mudar de assunto.

Ele ri e aponta pro ar-condicionado ligado.

-Está ficando na hora de eu ir, meus irmãos vão chegar e eu fiquei de fazer almoço- me levanto da cadeira e vou em direção a porta.

-Mas não terminamos de conversar ainda.

-Diga logo o que tem para dizer.

Ele fica calado por uns instantes.

-Você vai voltar a trabalhar aqui, te garanto.

Achei que ele fosse comentar sobre nossa insanidade ontem, mas pelo visto, ser lembrado que beijou uma mera babá é demais para ele.








A babá-Obito UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora