Quando o guerreiro precisa aprender a lutar

149 26 77
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



Já fazia quase duas semanas, mas, em alguns momentos, Kai ainda achava que tinha morrido no meio daquele subúrbio e agora estava em algum tipo de paraíso.

Aquela fazenda era diferente de qualquer coisa que tinha imaginado em toda a sua vida. Taehyun disse que ela foi construída em 1950, e que continuava funcionando quase como naquela época. Era inacreditável imaginar que em algum momento na história foi normal ter paz assim, apesar de tudo que o Kang tenha lhe contado sobre os problemas que o mundo já enfrentou. Taehyun falou sobre como o fim da Segunda Guerra havia deixado sequelas enormes em um mundo que logo foi tomado por uma Guerra Fria, mas nada que foi dito naquela curta aula de história parecia tão ruim quanto tudo que passou nas ruas coloridas e sujas de Seul.

Atualmente, não havia mais guerras físicas, porque as grandes potências deixaram de ver sentido em passar meses ou anos lutando com exércitos, quando uma bomba atômica poderia resolver facilmente o problema, e não teria tratado de paz algum que as impedisse. Foi o que Taehyun disse que aconteceu com a Colômbia em 2045, quando o país se envolveu com os EUA e foram bombardeados sem hesitação. Desde então, nenhum país ousou interferir negativamente nos negócios uns dos outros, então a radioatividade que sobrou no mundo tinha sido apenas a ganância humana, esta que matava tanto quanto uma guerra.

E apesar de tudo isso, Kai continuava sentindo uma vontade imensa de acompanhar Taehyun para onde quer que ele fosse, mesmo que perdesse seu conforto para isso. Era como se o garoto o fizesse ter uma força de vontade que ele não sabia que existia dentro de si, e apesar de não entender isso muito bem, ainda era um sentimento incrível.

— Kai. — Taehyun sussurrou. — Tá dormindo?

Estava frio naquela noite, e já devia passar da meia noite. Eles tinham passado o dia cortando a grama do jardim, e conversando sobre as melhores estratégias para viajar até Asan tendo apenas uma bicicleta.

— Não.

Taehyun rolou um pouco até a ponta da cama, para observar Kai deitado no colchão.

— Como você tá se sentindo?

— Hm? — Franziu o cenho, olhando para ele de volta.

— Eu queria saber o que tá se passando dentro da sua cabeça meio misteriosa. — Riu da própria fala. — Mas tudo bem se não quiser falar.

Kai ficou em silêncio, pensando sobre aquilo. Como ele se sentia? Ele tinha certeza que só ouviu essa pergunta quando precisou ir ao médico por lesões. Mas Taehyun não estava se referindo a algo físico, o que o deixou nervoso.

— Por que você se importa com isso? — Perguntou de forma genuína.

— Porque agora somos amigos, não? — Respondeu, mantendo aquele tom de voz leve que aquecia o coração do loiro.

From My Beating Heart To Your Living SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora