Otimista, tudo que eu não sou

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Taehyun sempre foi uma criança sonhadora e esforçada, mas infelizmente foi explorado desde cedo por achar que seu trabalho seria recompensado depois

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Taehyun sempre foi uma criança sonhadora e esforçada, mas infelizmente foi explorado desde cedo por achar que seu trabalho seria recompensado depois. Ele cresceu em um orfanato precário, mas sempre deu o seu melhor para ajudar em todas as funções, mesmo que não tivesse idade o suficiente para entender nada daquilo. Pelo menos lá tinha livros perdidos, e ele rapidamente aprendeu a ler e escrever a partir de pequenas ajudas que recebia. Foi aí que ele começou a se apaixonar pela leitura, afinal era uma forma fácil de fugir da realidade, e não demorou para que ficasse viciado nisso. Ele lia de tudo, até sobre o que não entendia, e não hesitava em sumir do orfanato de vez em quando para roubar livros da biblioteca abandonada que ficava por perto.

Porém aos nove anos, o resto de sua infância foi tirada de si ao ser exposto ao trabalho infantil por um empresário que precisava de mão de obra barata para sua fábrica de roupas em grande produção. O pequeno Kang foi vendido a esse homem junto de outras crianças em um sigilo que nem era tão cobrado dentro daquela sociedade corrupta. Os direitos humanos só eram pauta entre os hipócritas da classe alta, então colocaram, sem remorso, crianças para trabalharem ao lado de máquinas gloriosas, correndo riscos de vida por horas abusivas.

E Taehyun só foi perceber isso quando conseguiu fugir aos onze, e depois de alguns meses de fome e sede, foi encontrado pela senhora Kim.

Até hoje ele não soube como aguentou tanto sendo tão novo, mas pensar sobre isso o fazia acreditar que não podia desistir depois de ter chegado tão longe. Por isso, quando viu Kai segurando uma arma contra a própria cabeça, soube que precisava tirá-lo dali e salvar o resto de vida que ainda tinha naquele corpo.

E agora que estava vendo o loiro lhe ajudar a pegar os pêssegos do pé, se sentia aliviado por ter feito aquilo. Ainda assim, seu coração se apertava ao observar o quão machucado estava o corpo dele. Os braços à mostra estavam cheios de cicatrizes que Taehyun não fazia ideia de onde vieram, e também tinham as marcas no pescoço dele, que o fizeram perceber que deviam ter mais pelos lugares que ele não conseguia ver.

— Taehyun, já enchi essa cesta. — Kai avisou, fazendo o outro balançar a cabeça e desviar o olhar.

Não é correto ficar encarando os machucados das pessoas.

— Vamos levar pra dentro, aí a gente rouba alguns pêssegos. — Respondeu. — Inclusive, eu preciso ir na garagem lá dos fundos também.

— Oh, eu não sabia que tinha uma aqui... — O loiro falou em surpresa, acompanhando os passos do outro.

Já fazia uma semana que Kai estava se adaptando ao local, e Taehyun sabia que ele estava gostando de ficar ali, apesar de não demonstrar tanto o que sentia. Até agora os diálogos não tinham sido tão profundos, apenas tirando as dúvidas sobre o local, mostrando os cantos daquela fazenda enorme e algumas brincadeiras de descontração. Além disso, ainda não tinham conversado sobre o plano, mas Taehyun pretendia tocar nesse assunto o mais rápido possível.

From My Beating Heart To Your Living SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora