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A casa estava quieta quando entrei, o silêncio envolvia cada cômodo como um cobertor pesado

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A casa estava quieta quando entrei, o silêncio envolvia cada cômodo como um cobertor pesado. O dia havia sido um turbilhão de emoções e caos, e a calmaria da casa contrastava fortemente com a agitação que eu havia experimentado na escola. Fechei a porta atrás de mim e deixei que o peso do dia se desprendesse lentamente dos meus ombros.

As luzes suaves da sala de estar projetavam sombras suaves nas paredes, criando um ambiente que deveria ser acolhedor, mas que, naquele momento, parecia sombrio e introspectivo. Sentei-me no sofá, o lugar onde tantas vezes me sentira confortável e segura, mas hoje, a sensação era diferente. Era como se a familiaridade do lugar fosse ofuscada pelas novas e confusas emoções que eu estava começando a sentir.

Puxei um cobertor que sempre estava ali e me acomodei, envolvendo-me nele, tentando encontrar algum tipo de conforto. A visão do rosto de Damon, com a intensidade e frieza que demonstrou, estava estampada em minha mente. Eu não conseguia entender completamente o que havia acontecido, mas algo dentro de mim começava a mudar.

A visão de Marcos caído no chão, sangrento e vulnerável, não saía da minha mente. O modo como Damon o atacou, com uma violência quase primitiva, me fazia sentir um frio na espinha. No entanto, havia algo mais complexo na situação, algo que estava começando a me intrigar. O fato de Damon ter agido daquela forma não era simplesmente um ato de agressão; era uma demonstração de algo mais profundo, uma proteção obsessiva que eu começava a perceber.

Não era normal.

Mas eu me incomodava?

Fechei os olhos e respirei fundo, tentando acalmar a tempestade de pensamentos que se agitava em minha mente. O que eu sentia por Damon não era apenas o medo ou a repulsa que eu deveria sentir após o que ele fez. Havia uma parte de mim que estava começando a questionar e explorar a natureza desse comportamento, e o motivo pelo qual, apesar de tudo, eu não conseguia afastá-lo completamente.

A sensação de que Damon estava ali para me proteger, de uma forma que era, ao mesmo tempo, perturbadora e intrigante, me deixava em conflito. Não era apenas sobre a agressividade dele; era sobre como ele parecia se importar de uma forma que estava além do simples desejo de controle. Havia algo em suas ações que estava começando a me tocar de uma maneira que eu não sabia explicar.

Levantei-me e fui até a cozinha, procurando algo para ocupar a mente. A casa estava silenciosa, exceto pelo leve som da refrigeração da geladeira. Puxei um copo d'água e bebi lentamente, sentindo a água fria acalmar minha garganta e tentar limpar um pouco a confusão mental que me envolvia.

Eu não queria pensar em Damon como alguém apenas violento. Havia momentos, pequenas janelas em que ele mostrava um lado diferente, um lado que parecia se preocupar profundamente com o que eu sentia. A intensidade com que ele reagiu hoje era um reflexo disso, mas também mostrava a complexidade de seus sentimentos e do modo como ele expressava isso.

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