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Paris

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Paris.

A palavra ecoa em minha mente enquanto dirijo, o silêncio no carro se torna quase opressivo. Aurora está ao meu lado, olhando pela janela, e, por um momento, me pergunto se ela percebe a tempestade que se forma dentro de mim. Cada vez que a vejo, meu instinto de proteger e dominar se intensifica, e a ideia de deixá-la ir para Paris se torna insuportável.

O sol se põe, banhando o interior do carro em uma luz dourada, mas isso não alivia a sombra que paira sobre meus pensamentos. A ausência dela na minha vida por dez anos ainda pesa sobre mim como um fardo. Agora que a tenho de volta, não posso simplesmente deixá-la se afastar. Minha mente se agita com cenários sombrios, imagens de outros homens a cercando, de risadas que não são minhas, de momentos que eu deveria estar vivenciando ao lado dela.

Ela parece tão tranquila, tão alheia ao meu turbilhão interno. Cada respiração dela me hipnotiza, mas a ideia de que ela possa se apaixonar por outra coisa, por outra pessoa, me consome. É uma obsessão profunda, uma necessidade incontrolável de mantê-la perto. Eu preciso que ela saiba que eu sou tudo o que ela precisa, que não há lugar melhor do que ao meu lado.

Quando nossos olhares se encontram, sinto a conexão pulsar entre nós, mas não é o suficiente. Quero mais. Quero que ela sinta a intensidade do que somos, que compreenda que estou disposto a fazer qualquer coisa para mantê-la. O desejo de controlar essa situação, de garantir que ela nunca me deixe novamente, é quase inebriante.

Ela está ao meu lado, tão perto e ao mesmo tempo tão distante. O cheiro doce do perfume que ela usa, o mesmo desde a infância, preenche o ar no carro, mas não é suficiente para acalmar a tempestade que começou dentro de mim. Aurora sempre foi a única coisa constante na minha vida. Mesmo quando ela foi para Paris anos atrás, eu sabia que, de alguma forma, ela voltaria. Desta vez, parece diferente. Agora, ela vai para lá como uma mulher, com planos que a afastam ainda mais de mim.

Meus dedos apertam o volante com mais força. Tento respirar fundo, mas a pressão no meu peito só aumenta.

Ela acha que pode ir, que pode simplesmente sair da minha vida de novo, e eu vou ficar bem com isso? Não. A ideia de vê-la partir me consome. O pensamento de outro lugar, outra cidade, roubar o pouco de tempo que temos juntos, o pouco controle que eu ainda tenho... Eu não vou suportar.

-Você está quieto. - Ela comenta, a voz dela como um fio de seda me puxando de volta. -Está tudo bem?

Eu olho para ela por um segundo. A forma como seus olhos verdes me observam, como se estivessem tentando ler meus pensamentos, como se ela soubesse o que está acontecendo dentro de mim. Ela não sabe. Ela nunca vai entender. Como poderia? Aurora é o meu anjo, mas ela nunca viu as sombras que carrego. Se visse, talvez corresse para Paris e nunca mais voltasse.

-Estou bem. - As palavras saem mais frias do que eu pretendia, e vejo a sombra de dúvida passar pelo rosto dela. Não quero que ela se sinta culpada. Não quero que ela perceba o quanto isso me afeta. Então, tento suavizar. -Só estou processando a ideia.

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⏰ Última atualização: Sep 30 ⏰

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