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É isso, boa leitura. ^^
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Os minutos pareciam uma eternidade, e eu não queria ir mais cedo para um lugar abandonado onde habitam, possivelmente, vagabundos de todos os cantos

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Os minutos pareciam uma eternidade, e eu não queria ir mais cedo para um lugar abandonado onde habitam, possivelmente, vagabundos de todos os cantos.
Nockfell é uma cidade estranha. Uma cidadezinha tão, ou até mais estranha do que a minha.

Estava deitada na minha cama à espera do horário certo para me encontrar com o Luccas.
Tinha esperanças, mas também sabia que, no fundo, nada de mais aconteceria.
A saudade que sinto pelo Luccas é amarga.
É amarga, desgostosa e seca.

Não é como os seus olhos cinzentos que me engoliam para um espaço vazio, preto. A saudade era branca e desconfortável, torturante e penetrante.

Lembro-me de quando ele me disse o quanto desejava viver comigo para sempre.

"É porque quando estou contigo, Mae... o mundo não parece barulhento, nem incerto. Tudo é tão claro, mas tão misterioso ao mesmo tempo. Sinto algo avassalador quando estás longe, como se você fosse um pedaço de mim. Ou um talismã."

Rio ao pensar. O Luccas era alguém poético. Perdia-se facilmente nos próprios pensamentos. Vagueava solitário dentro da própria mente.

E era um gênio. Daquele brilhantes.
Comparava muitas vezes os seus olhos cinzentos escuros a uma tempestade constante.
Eu ria, mas nunca conseguia parar de pensar naquilo.

"Oh, Mae.. A vida ao teu lado dá mesmo vontade de viver"

E a vida ao lado dele era mesmo mais agradável.
Agora eu tenho Sally e Larry, mas ninguém vai conseguir alguma vez substituir Luccas, e a forte ligação que nos unia.

As memórias nostálgicas de alguns momentos com Luccas passavam rapidamente pela minha cabeça.
Sem que eu percebesse, o meus olhos se enchiam de lágrimas.
Mas eu não estava triste, claro que não.
As minhas lágrimas caiam por cair. Elas caíam porque as emoções eram muito fortes, tão fortes que eu nem conseguia explicar exatamente o que estava a sentir.
Eu sempre fui assim. Sensível.
Mas agora, mais do que nunca, me sentia uma autêntica bebê.

Uma bebê estranhamente alta.
Bom, não interessa.
O tempo voou enquanto eu me perdia nos meus próprios devaneios.
Já eram 17:40 e o Sally devia estar à minha espera, algures pelo 5º andar...

Saio do meu quarto e vou ter com Sally.
Quando avisto o azul dos cabelos do garoto sorrio.
Olho para a sua cara e esta assusta-me.
A sua expressão transparecia medo, preocupação e cansaço.

—Ei carinha. - eu o chamo. - Está tudo em ordem?

Ele fecha os seus olhos com força, como fazemos de manhã quando queremos mesmo acordar.

—Ah, sim. Tá tudo bem Evy. - ele tenta abrir um sorriso ameno, mas parecia tão cansado que acabou por me deixar com pena.

Os minutos parecem horas, eu e Sal estávamos, expectantes, olhando o além, aguardando o fantasma.

More regrets and cigarettes - Larry JohnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora