Um homem está em uma mesa de madeira antiga apoiado com seus ombros, quase jogado para a frente pensativo, em sua visão um copo meio vazio de uma bebida forte e alaranjada. Os dias tem sidos tensos, porém quem sabe isso só seja outro trote de sua mente. O mesmo vulto está atrás dele, em todos esses dias ele nunca se demonstrou por completo, sentado em uma poltrona de couro vermelho enquanto fumava um charuto fedorento.
- "De novo não é, esta pensando nela de novo." - Sua voz era grave e funda em um timbre instrumental.
O beberum levanta seu copo e desce um golpe forte e ardente pela goela, não se virando para trás e apenas escutando.
- "Você realmente ama ela não é."
A fumaça do charuto sobe fina e se esvai no ar.
- "Tem medo de importunar ela, por isso não fica á chamando toda a hora, seu coração tem receio de forçar demais a barra e você se tornar um incômodo, um estorvo chato e pífio."
Os lábios do homem no bar estavam amargos e suas goladas eram secas e sem sentido.
- "Mesmo assim você a chama, a clama, a ama." - O vulto se levanta, fazendo um som de ventania e se encosta nas costas do homem.
A bocarra escura da sombra se aproxima do ouvido do coitado, sua mão gigante e amedrontadora encosta no ombro do bêbado quase como um acariciar.
- "Do que você tem tanto receio?..." - a sombra se afasta para trás. - "Acho que essa é a única pergunta ao qual eu não consigo adivinhar uma resposta."
O copo já se esvaziou e o charuto tem só suas últimas tragadas.
- "Você não respondeu nenhuma pergunta minha, mas não precisa, você nunca me responde mesmo. Irei lhe deixar sozinho com seus pensantes, lhe vejo em prevê meu companheiro."
O solitário na sala olha para trás e apenas vê um cinzeiro cheio e a bituca de um fumo, ele olha a frente novamente observando aquela garrafa de seu néctar ardente. "Por hoje já chega, tenho que trabalhar. " Ele sai do cômodo e vai a rua.
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Segredos de uma terra mal contada
FantastikUm mundo incompreendido, escrito por loucos sem propósito e sem nenhum objetivo, além do querer de repassar histórias. Suas mentes se deixam explodir e liberam jorros da própria alma para aqueles que a querem observar.