Preto

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Há uma cor capaz  de
transformar alguém — preto. E nela que está a perda, a mudança, o luto. Tudo que finda está naquela brusca transição para o preto, o recomeçar pode ter qualquer cor, mas preto é
aquela que sempre está ali porque encerrar ciclos deixa marcas, é uma velha história que se deixa em baixo do tapete. Retratada na insegurança
que se esconde e no medo que
guardamos, naquele amor que se
vai. E a quebra de expectativa, onde a paciência implora para ter alguns poucos segundos em completo silêncio para se revigorar. Cor angustiante. Expressiva. Impessoal. Uma luta interna difícil de vencer.

Preto é a cor da morte, usada
pela nobreza para definir que algo se foi — e nem sempre a morte refere-se a atos fúnebres, existem outras formas de morrer.

Já tinha passado cinco meses após três dias de muito sofrimento Isabella Swan acordou como vampira. Para desespero dos líderes do clã. Esme continuou em Columbus com Flora, enquanto o resto voltou para Forks.

Para as Platt tem sido cinco meses infernais. Para a pequena que estava totalmente fora de sua rotina e isso estava a estressando, para Esme que tinha que tentar manter a filha calma e manter a rotina o mais próxima da dela. Por isso tem dado aulas para filha em casa mesmo e marcado a terapia online. Nunca agradeceu tanto aos avanços tecnológicos como tem feito nos últimos meses.

Enquanto os Cullen do outro lado do país tentavam manter a calma. Carlisle, principalmente. Ele tinha que lidar com a cidade toda e garantir que todos acreditassem que a Swan morreu em um acidente de carro; cuidar de uma recém-criada; e cuidar dos filhos garantir que ficassem seguros ou Esme brigaria com ele.

Ao voltar para casa Carlisle respirou fundo pedindo ajuda a qualquer divindade que quisesse ajudá-lo. A Swan estava rosnando para Emmett, provavelmente ele provocou por falta de amor a vida, mas precisava acalmar os ânimos ou teria uma briga com a namorada.

— Tirem Bella daqui_ ele ordenou mas fingiram que não ouviram_ Agora!_ falou mais alto assustando a todos e assim foram embora deixando o homem sozinho

Só tinha cinco meses e já estava exausto psicologicamente.

O telefone tocou tirando ele de seu momento de silêncio. Olhou quem era e viu que era a namorada.

— Querido, tudo bem?_ a voz de Esme era calma ou pelo menos era o que tentava transparecer

— Oi, está sim_ mentiu não queria sobrecarregar a mulher já estava em uma situação difícil

— Te liguei porque tem uma pessoa aqui que está me enchendo as medidas para falar com você_ comentou rindo_ Mas tarde quando Flora estiver dormindo te ligo pra falar com você e com calma_ prometeu e logo passou o celular

— Tudo bem_ a verdade é que homem não queria falar com ninguém mas não podia simplesmente ignorar a filha que já não via a cinco meses

— Papai!_ gritou animada no telefone fazendo o loiro afastar o celular fazendo uma careta

— Oi florzinha_ respondeu tentando parecer animado

No telefone estava como um robô. Carlisle se sentia sozinho. Ele sabia que não estava só, mas o sentimento era esse. Se assemelha com o sentimento de seus anos na guarda Volturi. Tinham pessoas ao seu redor mas ninguém o entendia. Edward e Jasper tentavam entender, mas eles acreditavam que era saudades de Esme e Flora.

Era muito mais profundo do que saudades. Não estava assim só por causa de saudades. As Platt tinham sim sua parcela de "culpa" mas não eram as responsáveis por está se sentindo assim.

Carlisle sempre o foi o ponto de paz de todos. Era sempre ele que usava a paciência como sua maior aliada, mas quem esse ponto de paz para ele? Quem sempre o acalmava, quando tudo estava desmoronando? A resposta é ninguém, por que com a convivência com um telepata, um empata e uma vidente fez com ele fosse muito bom em esconder pensamentos, sentimentos e decisões. Seus filhos não poderiam fazer nada, principalmente por que os mais velhos não conhecia como achavam que conheciam, como disse ele se tornou bom em esconder as coisas. A filha mais nova só tinha seis, ela o ajudava pois sabia ler o pai como ninguém. Flora conhecia o pai de uma forma surpreendente para todos, mas a menina não tinha consciência de que estava ajudando o pai a si livrar de sentimentos como esse, por exemplo.

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