Verde

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Já tinha dois anos que os Cullen se mudaram para Forks e com isso também o diagnóstico de autismo grau um. O grau mais leve, mas ainda sim, Esme teve um pouco de dificuldade de aceitar. Para ela, sua filha era perfeita e por isso era tão difícil.

— Mamãe, olha!_ Flora foi gritando até a mãe com uma florzinha na mão

— É linda, meu amor_ respondeu e a garotinha colocou a flor atrás da orelha da mãe o mais rápido que podia, a textura não era das melhores e mãe da menina riu arrumando a flor

— Te amo mamãe, você é minha flor favorita_ riu deixando um beijo no nariz da mãe

— Também te amo minha flor favorita_ respondeu_ Como foi na escolinha, jujuba?- Esme perguntou a filha com o apelido que ela chamava desde que declarou Flora como sua filha e só continuaria na família com ela

– A professora brigou comigo porque meu desenho era branco e preto e não tinha nenhum colorido. Disse que eu tenho que aprender sobre as cores e usar elas- Flora respondeu sem olhar para sua mãe

– Como? Flora, que cor é essa?- Esme perguntou a menina que olhou pra a grama que sua mãe lhe mostrava e tentava a todo custo pensar em algo para responder a mãe, afinal não queria desaponta-la– Vamos Flora, me responda. Que cor é essa?- a menina engoliu em seco com os olhos cheios de lágrimas

– Não sei mamãe- Flora respondeu com medo depois de tanto pensar e não se lembrar de nada– Está Brava, mamãe? Me desculpa, eu não sei. Não quero que fique brava comigo- falou a menina já chorando

Esme respirou fundo ao ver como sua reação refletiu em sua filha. A mãe de Flora nunca teve o intuito de deixar sua filha assim, mas também não estava conseguindo ser forte o suficiente para a filha. Ela sabia que todos de sua família estava julgando ela, mas ninguém sabia que ela na verdade estava se sentindo inútil e fraca. Além de tudo, sua mente estava lhe pregando peças, levando ela a morte de seu primogênito toda vez que alguém citava "A Flora tem o TEA". O seu bebê que morreu e não pode nem segura-lo.

— Por que está chorando minha flor?_ Carlisle perguntou com a sobrancelha arqueada olhando para Esme enquanto a mamãe

— Flora não sabe as cores e a professora brigou com ela_ respondeu revirando os olhos para a forma que o marido estava olhando para ela

— Como assim não sabe as cores? O que estão ensinando na escola?_ jogou a pergunta no ar e a menina sentia que desapontou os pais e estava começando a ter sinais de uma crise de ansiedade. Seus pulmões faltaram o ar e ela estava tentando dificuldade_ Flora?_ os pais falaram juntos com a preocupação evidente na voz

— Flora, vem com a mamãe_ a mulher chamou a filha que praticamente pulou nos braços da mãe_ Jujuba, quer contar com a mamãe?_ a garota concordou com a cabeça e as duas contaram até 20 e depois a mãe da Roselie parabenizou ela por ter aprendido a contar até 20

Minutos depois Flora estava deitada em sua cama dormindo. Esme estava sentada no sofá com os últimos acontecimentos passando por sua mente. E Carlisle estava em seu escritório tentando entender o que tinha acontecido.

— Esme, o que foi que aconteceu antes que eu cheguei? O que você falou para ela?_ Carlisle perguntou a esposa que ele nem sabia se ainda deveria chamá-la assim. Os dois já não se conheciam mais, porém sabiam tudo um do outro

— Estávamos lá fora, foi quando perguntei como tinha sido na creche, como sempre fazemos. Ela disse que a professora brigou com ela por causa dos desenhos dela que são em preto e branco, disse que a Flora tem que aprender as cores e usá-las. Fiquei nervosa não com ela mas com a situação e acabei sendo um pouco grossa na hora de perguntar a cor da grama_ respondeu no automático esternalizando os pensamentos que passavam repetidamente em sua cabeça

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