Capitulo 7 . "O que eu faço?"

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Sábado passava devagar, as duas falavam sempre que possível sobre diversos assuntos.
Sobre o curso, sobre as provas que teriam, coisas pessoais; cada dia que passava, se aproximavam mais ainda. Parecia que não sabiam estar mais de uma hora sem trocar pelo menos uma só mensagem.

O dia não foi muito diferente para as duas; além de falar o dia inteiro, estudavam juntas para a prova de Matemática 3 que tinham na semana próxima. Às vezes aclaravam dúvidas por mensagem mesmo, às vezes por vídeo chamada, áudios, imagens explicativas, do jeito que encontravam possível para que fosse juntas e não de jeito individual.

— Filha, vamos? — Elisa falou na porta do quarto da loira.

— Onde mãe? — Perguntou sentada em sua cama entre vários papéis bagunçados e sua calculadora. Estava com óculos de descanso e um coque desajeitado, o celular apoiado em alguns livros como soporte.

— Você tem consulta hoje. Com quem fala aí? — Se aproximou — Oi, querida!

— Boa tarde, dona Elisa! Como vai? — Cumprimentou Simone sorridente do outro lado da tela.

— Muito bem, minha filha. E você?

— Me alegro, por aqui tudo bem também!

— Isso é bom! Mas agora eu vou roubar a Soraya por algumas horas de você.

— Tudo bem. — Sorriu — Se quiser, continuamos logo.

— Eu adoraria. Vai pegar água que eu não te vi beber desde que começamos a estudar! Até, Si!

— Ta bom, mãe. — Brincou — Até, Sory!

As duas sorriram uma para a outra e desligaram.

— Gosto dela. — Falou Elisa — Estavam estudando?

— Eu também gosto dela. — Sorriu sem mostrar os dentes — Estavamos sim, essa semana tem a última prova de Matemática.

— Acho bom! Agora vai se arrumar.

Soraya organizou as coisas as deixando em cima da cama mesmo, e logo foi em direção ao banheiro para tomar um banho rápido antes de sair.

Simone em casa repassou tudo o que havia estudado junto a loira, parando uns minutos para ir pegar sua garrafa de água.
Enquanto bebia, parou pra pensar sobre qual consulta seria a que a mãe falava, já que a loira não tinha contado nada. O que era estranho, já que entre elas contavam até os mínimos detalhes do dia.
Imaginou ser algo relacionado a suas tonturas ou a ansiedade que deixava transparecer com gestos corporais.

Soraya meia hora depois, ia descendo as escadas já arrumada para sair ao lado da mãe.
Fazia algumas semanas, havia começado consultas com o neurologista para tentar saber o que ocasionavam suas dores dia trás dia.

— Soraya Thronicke. — Chamou a recepcionista. — Pode entrar.

— Vai lá, So. — Elisa afagou o ombro da filha, logo a vendo ir em direção à porta.

Soraya pediu licença antes de entrar e fechar a porta. Caminhou até uma cadeira frente a mesa do doutor e começaram a conversar.
Questionamentos normais em todas as consultas, cada quanto tempo eram suas dores, em que região eram, se passava por muito estresse durante os dias, se tomava medicamentos sozinha, entre outras coisas.

— Nós podemos começar com os antidepressivos. — Falou o médico.

— Perdoe-me, mas como funcionariam os mesmos sobre minhas dores?

— Olhe, funciona assim. Os tricíclicos são um tipo de antidepressivos que vem demostrando eficácia no tratamento da cefaléia tensional crônica. Entre todos eles, tem um em específico chamado "amitriptilina" que é o que vamos a escolher nesse caso.

Imprevisível. Simone e Soraya.Onde histórias criam vida. Descubra agora