Episódio 11. Ela estava olhando as estrelas, e eu...

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Dos casacos encharcados e talvez como loucas apaixonadas de uma noite que parecia não ter fim junto ao silêncio dos corpos, só o barulho da respiração ofegante e da chuva caindo. Uma boca procurando a outra, em um momento sublime o beijo acontece.
Água escorrendo pelos rostos, se entregaram por inteiro do doce, do sal do beijo.

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Sabemos que a busca incesante para lograr a felicidade pode levar a obsessões, sem saber realmente bem o que é ou como seguir.
Poderíamos definir a felicidade como o estado que todos nós gostaríamos de estar.

Embora, a maioria das pessoas não contempla que a felicidade depende de si mesmo, procuram preencher o vazio com algo material, algo efímero, ou com outra pessoa em si.
O que pode não ser errado, às vezes sim.

Quem saberia afinal?

A partir daquele dia em que saíram juntas; o dia em baixo da árvore a um semana atrás, ambas estavam atualmente em férias. Sempre perdidas em pensamentos com a mesma direção; o que começava a acontecer entre elas. A saudade de sete dias sem se verem pessoalmente.
Algo que, se bem para as duas era imprevisível, tinham modos diferentes de evidencia-los.

Simone o via como o imprevisível que, ainda assim, fazia bem ao seu coração. Não negava nem a si mesma nem a ninguém que lhe falasse sobre o assunto, sua paixão pela loira.

Já Soraya, era o imprevisível cheio de confusões. Não sabia se fazia certo, não sabia se continuar com aquilo.
Percebia que, estando em companhia da morena, era como se Simone fosse a mais bela relíquia que possuía, o melhor presente que podia haver recebido, porém, estando sozinha, a única coisa que rodava em sua cabeça era que tudo aquilo era uma loucura, nada a mais de uma ilusão na cabeça de Simone a qual ela contribuía com isso apenas para preencher talvez o seu ego.

Embora sem saber o que acreditar, sentido-se sabotada pelo seu próprio psicológico, sabia no fundo sobre seus sentimentos por Simone.
Lembrava a si mesma todas as vezes em que sentia impulsos de envolver Simone em seus braços e lhe pedir para que nunca a deixasse, os impulsos em querer ter realmente algo sério com ela.

O impulso de querer dizer um "Eu te amo" apenas por sentir a vontade de transmitir com palavras, ou o fato que a pesar de simples, sabía que mexia tanto com ela quanto a Simone; substituir o "Si" pelo "amor".

Interpretava aquilo como um jogo em sua mente para que pudesse entender que de certo modo, criava aos poucos uma dependência na morena.

O lado que a fazia pensar naquela situação com Simone como algo que ela não sentia, que era uma paixão apenas pela parte da morena, era como uma defesa para tentar desapegar o mais rápido possível.
O lado que o via como a coisa mais bela que acontecia, era realmente o que ela sentia. Crescer também a paixão e talvez o amor por Simone.

Estava em seu celular em uma de entre varias contas em redes sociais onde haviam perfis sobre poesias. Alguns desses tinham nome do autor, outros contavam com siglas, outros apenas deixavam sinais de quem talvez fosse o dono, assim como também a grande maioria dali, eram anônimos.
Lia poesias sobre diversos assuntos, filosofia, a felicidade, músicos, morte, amor, desilusão, enfim; tudo aquilo que lhe chamasse a atenção.

Faziam algumas semanas havia começado a seguir uma conta onde se bem era anônimo, haviam duas letras sempre ao final de cada palavra, frase, oração, inclusive estrofes que continha em seu perfil.

Era como se a pessoa escrevesse sobre sua vida sentimental em vários aspectos, porém, centrado talvez em alguma questão amorosa.

Lembrava dos últimos que havia lido dessa pessoa; uma junção de palavras que a pesar de serem pequenos textos, diziam muitas coisas em si.
Entrou em seu perfil e procurou os mesmos, a pesar de representar uma situação triste, sentia tais palavras, não como algo que ela experimentasse, mas conseguia sentir o que a pessoa queria transmitir.

Imprevisível. Simone e Soraya.Onde histórias criam vida. Descubra agora