run away; heeseung

011: não vou a lugar algum

Moon Jiwoo

Talvez eu tenha bebido soju demais, mas a culpa não é minha! Foi a Sohyun que começou uma competição e esqueci que, apesar de ser forte para pimenta, sou um pouco fraca para álcool, mas está tudo certo! Não é como se eu estivesse alterada a ponto de perder o equilíbrio e-

— Cuidado, meu bem! Assim você vai acabar caindo de amores por mim. — Diz Heeseung, em tom de flerte, quando tropeço e quase vou de encontro ao chão, se não fosse pelos braços dele que me seguraram.

— Sabe, Lee, calado você é um poeta! — Respondo e me desvencilho de seu apoio, ficando em pé por conta própria.

— A senhorita andou bebendo? — O capitão pergunta e coloca, sem aviso prévio, seu rosto perto da lateral do meu pescoço, a fim de sentir cheiro de álcool em mim.

Provando que não estou tão bêbada e que meus reflexos ainda funcionam, rapidamente posiciono minhas mãos em seus ombros e afasto-o de mim, sentindo meu coração acelerar por sua aproximação repentina.

— Só um pouco! — Soltei o Lee após empurrá-lo para uma distância aceitável, um pouco envergonhada. — É que eu tinha que ganhar da Sohyun na competição!

— Que competição?

— De quem conseguia virar dez doses de soju mais rápido, oras! — Respondo e o moreno dá um tapa leve na própria testa com uma mão, desapontado.

— Quer dizer que eu te deixo sozinha por algumas horas e é isso que acontece? — Heeseung pergunta, retoricamente, e enlaça seu braço no meu, em mais uma aproximação sem aviso prévio. — Vem, vamos pegar uma água para você.

— Não precisa! Eu consigo ir sozinha! — Tento negar a ajuda dele, mas minha atenção é facilmente roubada por uma movimentação de pessoas em volta da árvore no centro da praça, perto de nós. — Ei, o que é aquilo?

— Ah, começaram as danças, mas primeiro vamos atrás da água! — O Lee insiste, logo solto-me dele em protesto.

— Vai lá pegar, eu vou ficar parada aqui vendo a dança!

— Nem parada em pé você vai conseguir ficar, meu bem.

— Pode ir! Confia em mim, ainda estou sóbria. Aquela hora eu só tropecei numa pedra no chão. — Apresento argumentos completamente válidos e ele não parece convencido, logo resolvo atingi-lo em seu ponto fraco. — Prometo que não vou mexer um músculo. Deixa eu ficar aqui, Heeseung-ah!

No momento em que falei seu nome, o Lee congelou. De repente, cobriu a região da boca com uma mão e virou o rosto para o lado oposto ao meu, impedindo-me de vê-lo.

— Você está muito bêbada... — Diz Heeseung com a voz um pouco abafada, ainda sem olhar para mim, enquanto eu não entendia o porquê dele estar nessa posição.

— E você está se escondendo. O que foi? — Pergunto em resposta e passo a tentar ver sua face, mas quando avanço pela a direita, ele vira para esquerda, e vice-versa. — O que foi? Heeseung-ah? — Começo a cantarolar e ouço o capitão abafando o riso, ainda tentando escapar das minhas investidas, então começo a esticar a mão para abaixar a dele.

— Jiwoo! Para! — O Lee não consegue conter as risadas e segura meu punho com a mão que eu tentava pegar, finalmente revelando o rosto para mim.

— Não creio... você está corado?! — Dessa vez, sou eu que tampo a boca com a mão, mas de choque. É a primeira vez que vejo Lee Heeseung corando!

— Não saia daqui, tá bom?! Eu já volto com a sua água. — O capitão desvia do assunto e me fixa no chão, fazendo uma leve pressão para baixo com as duas mãos em meus ombros, porém não consigo parar de pensar em quão fofo ele fica com as bochechas na cor de morangos, que inclusive são minhas frutas favoritas. — Por favor, não se mexe. Demoro no máximo um minuto e-