Cap 20 - DESCOBERTAS

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Existe uma linha muito tênue entre a vingança fria e calculista e o fazer o que é certo. Muitas das vezes nos perdemos em nossos caminhos tentando fazer o que acreditamos ser certo, mas perdemos a noção quando se trata de alguém muito próximo ou que amamos. 

Pheby não era exceção, desde o seu nascimento que foi algo já bastante conturbado devido ao simples fato que a garota nasceu morta, mas por algum milagre acabou sobrevivendo para a esperança de sua mãe que foi a única que, mesmo quando os médicos a desacreditaram, não parou de chamar pela filha para que ela voltasse, e Phiby escutou. 

Já nos seus quatro anos de idade, Phiby foi escolhida por Escorpião para ser seu receptáculo, mas seus pais se recusaram a acreditar e procuravam meios de impedir que isso acontecesse, mesmo sabendo que a única forma seria se Phiby se recusasse a fazer a fusão, mas sabiam que isso era quase impossível de acontecer, graças a uma visão que Célia, avó de Phiby, teve sobre a neta.

Na época foi quase inevitável a fusão da pequena Phiby com seu celestial. Isso causou uma revolta em Takashi que o fez odiar os celestiais. 

-Eu sei que é frustrante, mas sei de uma maneira de livrar sua filha desse destino cruel. -Uma voz aveludada chamou a atenção de Takashi enquanto estava sentado em um banco de mármore na rua fumando um cigarro de palha e pensava em tudo que estava acontecendo.

-E você? Quem seria?

-Um amigo, que quer apenas ajudar. Eu sei sobre os celestiais e sei o que a sua filha se tornou.

Os olhos de Takashi se arregalaram e um ódio genuíno se formou em seu peito deixando todos os músculos de seu corpo rígidos enquanto se preparava para dizer boas verdades para aquele homem sentado ao seu lado.

-Calma, eu também os odeio. -O ser calmamente interrompeu qualquer tipo de atitude que o rapaz poderia ter. -Se quiser eu posso ajudar a expulsar o demônio que habita na sua filha agora.

-Como assim? Se o Scorpion sair dela agora, ele levará a vida de minha filha junto.

-Mas eu não disse que seria agora. Teríamos que esperar um pouco até que sua filha estivesse preparada. Aos 20 anos, a segunda década de vida de sua filha, o ano em que a conexão com Scorpion estará mais frágil, nesse momento faríamos a extração.

-Tudo na vida tem um preço, qual o seu? -Tskashi ainda consumido pela raiva perguntou ao homem ali sentado ao seu lado enquanto encarava o chão.

-Nada caro -Respondeu o homem com um sorriso duvidoso. -A única coisa que quero é que faça um pacto comigo para  me ajudar a derrubar os celestiais e restabelecer a vida aqui como ela era.

A feição do homem mudou, tornou- se ainda mais sombrio, o ódio instalado em seus olhos surpreendeu Takashi, mas mesmo sabendo que aquela proposta era um risco, o rapaz concordou. O fato é que Takashi não estava pensando direito, ele se deixou consumir pelo ódio que estava sentindo e ele descobriria mais cedo do que imaginava, o erro que havia cometido.

-Tudo bem. O que eu preciso fazer? 

-Nada complicado, vamos fazer um pacto de sangue. Isso nos obrigará a cumprirmos nossa parte no trato. Você atenderá quando for chamado e cederá sua filha para que trabalhe comigo para pagar pelo serviço que farei, além de que daqui 15 anos, vou precisar dela com seu celestial para finalizar a última parte do plano, afinal, tirar um celestial de um receptáculo não é algo fácil, isso pode acabar com minha própria vida.

-Minha filha? Não, quero ela longe de tudo isso. - A raiva tomou novamente o coração do rapaz que se preparava para sair dali. -Além do que, aquela fera dentro dela, nunca permitiria que isso acontecesse. 

Signos: Uma História Não ContadaOnde histórias criam vida. Descubra agora