Signos: Uma História Não Contada

CAP 14 - Isabella Lancer

Isabella Lancer, uma loira com um corpo invejável e uma auto estima indubitável, a combinação de seus olhos verde esmeralda com sua boca macia e esculpida, era uma armadilha perigosa para todos que tentassem seduzi-la.

Isabella estava sempre muito bem arrumada, mesmo com aquele uniforme, que ela julgava ser sem estilo algum, sempre ia para a escola com uma maquiagem leve e sedutora.

As notas da garota eram sempre medianas, mas sua voz, destacava tanto quanto sua beleza. Quando Isabella cantava no coral ou na banda da escola, não tinha quem não se impressionasse, até aquelas que sempre viam Isabella como uma metidinha burguesa, se impressionavam.

-Iiiii, lá vem a burguesinha metida -Carol comentou com sua amiga enquanto pegava alguns livros em seu armário no corredor da escola.

-Ela não cansa não? Tem que ser sempre o centro das atenções mesmo? - Laura concordava com a amiga enquanto arrumava seus longos cabelos cacheados

As meninas conversavam entre si, enquanto a loira passava com a cabeça levemente levantada com um ar de superioridade, como se aquelas ali, fossem meras pedras em seu caminho, sem uma importância significativa. Mas a verdade é que, aquelas meninas não estavam falando tão baixo como gostariam e entre um insulto e outro, Isabella podia ouvir o deboche de suas haters.

Isabella tinha sim um ar de superioridade, e nunca se deixava abalar, mesmo quando as ofensas vinham diretamente, e mesmo que a bela Isabella vivesse um conto de fadas ali na escola, mesmo que tudo parecesse estar tudo às mil maravilhas, a verdade é que ali, naquele local, naquele seu reino imaginário, era o único lugar de descanso da jovem.

Com um pai severo, irredutível e uma mãe submissa , sua casa parecia um inferno, sempre cobrando da garota boas notas, um comportamento decente e pouca atenção. Parecia que nunca era o suficiente. Aos olhos da garota, os pais à culpavam por algo. -Será que não queriam filhos? Será que os ofendi de alguma forma? -A garota sempre fazia as mesmas perguntas enquanto respondia somente o necessário antes de sair de casa em direção ao seu reino encantado.

Naquele dia, Isabella se arrumou como de costume e foi à escola. Foi pega de surpresa pelo exercício avaliativo, mas sabia onde se apoiar. Tratou logo de entrar no grupo de Diego.

-Vou fazer o trabalho com eles, você vai querer participar? - Isabella olhou para trás.

-Com ele? Claro, pode ser -Sophia meio tímida respondeu o mais rápido que pôde.

Isabella sabia do amor platônico que rolava entre a amiga e o garoto estranho da sala, e sabia que ele mal a notava, então decidiu fazer algo a respeito.

Por mais que Isabella mantinha a aparência de uma pessoa com a auto estima lá em cima, e até um pouco metida, a garota tinha um senso de proteção e cuidado muito grande com aqueles que a rodeavam. Dava para se dizer que ela era uma pessoa bastante protetora apesar de tudo. Talvez pelo fato dela conhecer de perto o desprezo e o sentimento de inutilidade.

-Fechou, vou lá falar com eles. Isabella se levantou e foi até o encontro dos amigos que ainda se perguntavam quem chamaria pro grupo.

Com seu carisma e sua autoconfiança, Isabella conseguiu entrar no grupo. Agora era colocar seu plano em ação, o que não deu muito certo pois Sophia acabou sentindo um sentimento mais forte do que conseguia conter, e quando não estava agarrada nos livros, a fim de impressionar Diego, estava o encarando por beiradas, sempre na espreita, como um tigre vigia do sua presa.

Isabella optou por desistir por enquanto depois que Sophia saiu para ir ao banheiro. -Aquela lá é doida de pedra. -Isabela pensava enquanto esboçava um sorriso escondido em seus lábios.