𝙏𝙃𝙀 𝘚𝘌𝘊𝘙𝘌𝘛𝘈𝘙𝘠.

13❚𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝗲𝗲𝗻❚13

𝗔𝗡𝗬 𝗚𝗔𝗕𝗥𝗜𝗘𝗟𝗟𝗬|ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ.

A conversa com sav me fez muito bem. Na terça-feira eu fui à igreja para me confessar. Precisava tirar todo o peso de vez dos meus ombros. Abri o meu coração com o padre – sem citar nomes ou especificar acontecimentos e recebi uma absolvição.

—Padre: Não peque mais, minha filha. Por favor.

—Any: Pode deixar — eu disse com muita firmeza na hora.

Mas aquele diabo de homem é a minha criptonita. Fico perto dele e começo a agir feito boba, ele é tipo o meu herói, o cara em quem me inspiro.

E ver de perto o jeito dele agir nos negócios e com as pessoas me deixa
ainda mais encantada.

Acompanhei o senhor Beauchamp na gravação de seu podcast na quarta feira e fiquei eufórica ao ver em primeira mão o assunto da semana. Mas senti um clima meio estranho, como se houvesse uma barreira entre nós.

Ele mal me encarou ou dirigiu a palavra, constantemente me ignorava.

Na quinta decidi chegar cedo para ter uma conversa com ele.

Sebastian estava fora resolvendo assuntos para um cliente, então os
únicos no andar no início do dia éramos ele e eu.

—ANY: Bom dia, senhor beauchamp . Será que tem um tempinho para mim? —
O abordo antes que entre na sala.

O olhar dele recai sobre mim e quase me encolho, mas mantenho a
feição firme.

—JOSH: Cinco minutos é tudo o que tenho. — Vira o rosto para a porta e
entra.

Meu coração acelera aoacompanhá-lo. Tinha as palavras na boca, estava pronta para enfrentá-lo, mas vê-lo ao vivo e em cores é diferente.

Esse homem tem algum tipo de efeito sobre mim.

Ao mesmo tempo que algo fervilha e aquece meu sangue, sinto-me à
mercê de sua vontade, é difícil explicar.

—JOSH: Em que posso ajudá-la? — Tira o sobretudo e joga em minhas mãos. Levo-o até o cabideiro e ando lentamente até sua mesa.

—ANY: Será que podemos esquecer o que aconteceu? — Não gaguejo.

Mantenho o olhar firme.

O máximo que posso, porque agora ele desistiu de se sentar e vem até
mim. Dá a volta na mesa, repousa o corpo nela e me encara a poucos
centímetros.

—JOSH: O que quer dizer?

—ANY: O que houve na viagem. Será que podemos deixar para lá Esquecer. Fingir que não aconteceu — explico.— Não quero que me trate diferente e...

De repente engulo as palavras. Não é só o cheiro dele que vem até o meu rosto, ele em pessoa se aproxima.

Ajeita o terno, fita-me como se eu
fosse um espelho e tivesse admirando seu maxilar cerrado em minha íris.

—ANY: ... e eu não sou psicóloga, né?

—JOSH: Psicóloga? — diz confuso.

—ANY: Para dar jeito em um CEO frio e calculista que tem um passado traumático. Estou lendo um livro no Kindle. Acho que o senhor precisa de
terapia e...

O senhor Beauchamp ri. Como se eu fosse tão engraçada quanto uma comediante Stand Up.

—JOSH: Então é isso o que você acha que sou? Um CEO frio e calculista
com um passado traumático que precisa de terapia — desdenha. — E acha que te escolhi para me consertar?