𝙏𝙃𝙀 𝘚𝘌𝘊𝘙𝘌𝘛𝘈𝘙𝘠.

35|𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬-𝗙𝗜𝗩𝗘|35

—(JOSH BEAUCHAMP)—

Três dias se passaram desde a morte da última pessoa que tinhaparentesco com Any.

Gosto sempre de seguir meus instintos, e eles diziam para viajar
para o Arizona, mas resolvi levar em consideração o que ela pediu aotelefone dias atrás, e deixá-la sozinha era a melhor ideia.

Any não me atendeu mais, e disse que ficaria em Yuma por algunsdias.
Parece que ela está tentando simplesmente se distrair, e esquecer amágoa e o luto, mas eu a conheço melhor do que ela imagina. Quando umlaço é rompido, a sensação é diferente do que uma pessoa espera.
Sei muito bem disso.

Não tenho laços de sangue com ninguém, a não ser com a minha
filha.

Não consigo me concentrar no trabalho. Vários assuntos rondam a
minha mente, e Any e a queda do lucro trimestral me preocupam. Minhaempresa está com sérios problemas, e o meu divórcio trouxe isso à tona, jáque uma parte do meu capital caiu no colo da Margot.

Após conseguir focar nos meus afazeres durante um tempo, percebo
Krystian entrando em minha sala, me olhando, paralisado.

—Josh: O que houve, Krystian? — pergunto, irritado, ao observar que
ele me olha e não fala nada.

—Krys: É que... a Any veio trabalhar.

De forma automática me levanto, surpreso.

Havia dado a ela no mínimo dez dias, e praticamente ordenei queela não pisasse na empresa nesse meio tempo. Any precisa cuidar da suacabeça, e sua perda ainda está muito recente.
Sem uma palavra a mais saio da minha sala, e poucos minutosdepois vou até o seu escritório, fechando a porta.

—Josh: O que está fazendo aqui?

—Any: Trabalhando — responde, mas sequer me olha.

—Josh: Eu disse que você poderia levar o tempo que quisesse, e...

—Any: Josh — me interrompe, com o rosto cansado, depois fecha osolhos— Eu preciso me distrair, e estar aqui evita que eu pense no queaconteceu. Por favor, não tire isso de mim.

Não esperava que ela respondesse isso. Observar a sua facedesolada, e ao mesmo tempo determinada me fez lembrar o que senti quandomeu passado foi revelado.

Sem amigos. Sem família. Sem ninguém para conversar.Mentir foi a minh saída, mas não quero que Any siga essespassos. Ela é uma mulher pura, e sabe o que quer.

—Josh: Não farei isso. Mas, também não quero que se sinta pressionada
a nada.

—Any: Tudo bem.

Viro minhas costas, mas durante um longo tempo fico parado com os
olhos fechados.

—Josh: Senti a sua falta — pontuo, já me virando, encarando seus olhos,
que parecem desconfiados. Eu não imagino o motivo para isso.

—Any: Eu também...

Foi como se ela respondesse no automático.Eu quero estar aqui para tudo que ela precisar, e farei todo o
possível para provar que ela é a mulher da minha vida, alguém que eubatalharia com todas as pessoas do mundo se fosse preciso para cuidar...