10❚𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗲𝗲𝗻❚10

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ANY GABRIELLY|point of view.

Acordo com o corpo todo dolorido como se tivesse levado uma surra. Tateio a cama em busca do meu celular, mas não o encontro.

-ANY: Onde estou? - Esfrego as pálpebras.

Definitivamente não é o quarto de hotel e de forma alguma seria meu
apartamento. Na verdade, caberiam três do meu apartamento nesse quarto luxuoso.

-ANY: Que horas são? - Encaro a cama Queen, as cortinas brancas que cobrem toda a parede atrás da cama, não vejo minhas malas.

Decido desbravar o ambiente estranho e a primeira coisa que faço é descortinar uma fresta para ver o dia lá fora: o sol brilha, o trânsito está um
inferno e sem sombra de dúvidas estamos em Nova York. Como vim parar aqui? Que lugar é esse? E por que é tão difícil me manter de pé?

Me sinto assada, até parece que andei de bicicleta por uns cinquenta quilômetros, em alguns momentos os pés nem correspondem aos meus
comandos. Isso só prova que o sexo com o Sr. Beauchamp não foi a minha
imaginação. Agora tenho certeza disso...

-ANY: Oi? Tem alguém em casa? - Saio por um corredor extenso que
dá direto em um salão de boliche. Tudo está ficando cada vez mais estranho.

Deparo-me com uma sala, cuja televisão cobre a parede como se
fosse uma obra de arte. Uma porta de vidro separa a sala de estar da varanda que tem uma piscina límpida e que vai ao extremo, até o limite do prédio. Sinto uma vertigem só de olhar. Não teria coragem de nadar nisso nem que me obrigassem.

-MOÇA: Bom dia - ouço atrás de mim. Uma senhora com vestes pretas e
olhar muito firme.

-ANY: Oi. Onde estou? Quem me trouxe? O que é esse lugar? E que horas são? - digo desesperada.

-MOÇA: Está na cobertura do senhor Beauchamp, é claro - diz como se fosse muito óbvio.

O olhar que ela me lança é bem sugestivo sobre quem me trouxe para cá. Mas por quê?

-MOÇA: São 8:30 da manhã. O senhor Beauchamp saiu tem cinquenta minutos, a senhorita Angel praticamente acabou de ir para escola.

-ANY: O quê? - Ignoro tudo o que ela disse além do horário. - 8:30?
Estou atrasada!

A tentativa de correr em desespero é frustrada pela dor que sinto nas
coxas, na pelve e pernas. Remexo a bolsa até encontrar o meu celular,
procuro vestes adequadas e entro no banheiro o mais depressa que posso
para me arrumar.

Assim que giro o chuveiro sinto a água quente sair sobre mim e de
alguma forma isso tira a tensão do meu corpo. Lavo, seco e amarro os cabelos em tempo recorde, visto um terninho folgado por cima do vestido e retorno para os corredores que mais parecem um eterno labirinto.

-ANY: Moça, onde é a saída? - pergunto afoita, carregando mala, bolsa e o peito batendo muito forte.

-MOÇA: Não quer deixar suas coisas? - Ela parece muito gentil, mas só de imaginar isso me desespero.

-ANY: De forma alguma! Eu preciso ir!

-MOÇA: Bom, se é assim. - Me leva até a saída. - Tenha um bom dia!

-ANY: Obrigada. - Fico ainda mais chocada que a porta de entrada/saída da casa do homem é literalmente no elevador.

JOSH BEAUCHAMP|point of view

Tudo por aqui se repete como no filme Feitiço do Tempo.

Estaciono o carro na frente do prédio, jogo a chave para cima na esperança de que o manobrista pegue, sigo até os elevadores em linha reta - quem estiver na minha frente que saia do caminho.

𝙏𝙃𝙀 𝘚𝘌𝘊𝘙𝘌𝘛𝘈𝘙𝘠.Onde histórias criam vida. Descubra agora