evermore (steloisa)

trying to find the one where I went wrong

A/N: Explicando um pouco o contexto da história. Não se preocupem que não vai ter muitos capítulos e eu já escrevi grande parte.

Ela não queria remanescer a história.

Mas ela se lembrava claramente da briga que tiveram. Stenio chamou ela para conversar num fim de festa de encerramento das aulas depois do seu sexto ou sétimo período de direito, ela não sabia ao certo. Quando ela olhou nos olhos dele naquela noite, viu o nervosismo estampado em suas feições, percebeu a maneira com suas mãos tremiam levemente e soube: ele ia terminar o que eles nem tinham começado.

Helô pensou em fugir. Sair correndo pela rua nunca tinha soado tão adequado quanto naquela situação, mas de que adiantaria adiar o inevitável? Ela não podia prendê-lo se ele não a queria.

O que restou para ela foi aproveitar a vantagem que poderia ter naquela conversa. Obviamente, ela decidiu terminar o que quer que fosse aquilo antes que ele tivesse a chance de começar a falar, seria doloroso demais ouvir da boca dele.

O que ela não esperava, era que Stenio fosse reagir tão mal a notícia. O homem ficou transtornado, acusando-a de ter brincado com os sentimentos dele, dizendo que ele não podia acreditar que tinha se permitido gostar dela só para ser descartado como um objeto.

Dizer que Helô não tinha entendido nada era um eufemismo, até porque o coração partido deveria ser dela, não? O fato foi que Stenio se sentiu traído quando ela o lembrou que aquele caso era algo superficial, como combinaram no início.

Mas como ela poderia imaginar que o maior conquistador que já conheceu se apaixonaria logo por ela? O que ela poderia ter de diferente das outras?

Claro, ela se precipitou, mas eles podiam só ter conversado e resolvido aquilo. Ela até poderia ter tentado, mas estava extremamente chateada.

Durante todo o recesso, as duras palavras que ele tinha dito a ela martelavam em sua cabeça. Ela queria poder dizer que era madura o suficiente para se desculpar e tentar resolver aquilo entre eles, mas alguma coisa a impedia de tomar uma atitude. O que ela não contava, era que o destino a forçaria a lidar com aquilo, por bem ou por mal.

Ela se sentiu doente durante todo o período de férias.

De cara imaginou que fosse o frio e as chuvas de julho que estavam deixando ela deprimida e isso estivesse afetando sua saúde. Mas não foi preciso mais que algumas semanas de atraso do seu ciclo mensal, colocando para fora todos os dias o conteúdo do seu café da manhã, para que sua prima sugerisse um teste de gravidez.

Num primeiro momento ela se recusou, dizendo ser impossível que aquilo viesse a acontecer, mas então se lembrou de todas as vezes que ela e Stenio foram tão consumidos pelo desejo, que não conseguiram sequer chegar em casa, quanto mais se preocupar com o uso de camisinha. Ela sabia que era extremamente irresponsável e ainda assim não conseguia impedir que acontecesse. Afinal, ele garantiu a ela que eram exclusivos e ela também não saiu com mais ninguém enquanto esteve com ele. Que mal poderia acontecer quando aquilo que faziam era sempre tão bom?

Pois bem, ela descobriu no momento em que os dois tracinhos apareceram no teste de farmácia.

Se manteve incrédula por dias. Seu pai certamente ia matá-la, estava jogando fora seus planos e todos os seus sonhos com aquele imprevisto. Quando ela contou a ele, o homem mal esboçou reação, disse que ela era a maior decepção que ele poderia ter tido e que daquele dia em diante ele não tinha mais filha.

E foi assim que a relação dela com o senhor Sampaio nunca mais foi a mesma. Ela mal teve contato com ele até hoje.

Com a volta às aulas, ela decidiu contar a Stenio, que desde a última vez que o vira, não atendia nenhuma de suas ligações. Naquele ponto, ela já tinha decido que não ficaria com o bebê, mas concluiu que ele merecia saber. Não existia a possibilidade de nenhum deles dois conseguir prover o que aquela criança merecia, ambos eram jovens demais, imaturos demais e nem tinham terminado a faculdade!