on the very moment, all was lost

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A/N: GRAVE: Eu não sei escrever crianças e nem pretendo aprender, então entendam que elas tem seis anos e já são bem eloquentes, o suficiente para eu não precisar infantilizar demais as falas. 

Tô bem orgulhosa desse capítulo, então espero que vocês gostem dele também.

Stenio a viu entrar no restaurante acompanhada de um grupo.

Na semana que passou, ele começou a se comunicar com ela por mensagem para combinar os encontros dele com as meninas. Ela já havia conversado muito com as pequenas e resolveram dar um tempo para todos se acostumarem com a ideia.

Além disso, a mãe de suas filhas estava com um caso novo nas mãos e o tempo que ela tinha para lidar com Stenio era pouco.

Ele não precisou conversar abertamente com ela para saber detalhes da investigação do assassino da selfie, porque além de estar em todos os jornais já se podia encontrar os detalhes sórdidos na web.

E se Stenio estava almoçando e jantando nos restaurantes das imediações da 16ª, era só porque ele morava perto.

Tudo bem, ele queria vê-la andando por ali e fingir que esbarrou nela sem querer, mas as condições do encontro de fato, o pegaram de surpresa.

Ela estava linda para variar, a calça jeans preta agarrando o corpo, a blusa marrom com mangas longas contrastava perfeitamente com os fios castanhos. O cabelo dela sempre impecável, estava preso num coque frouxo no topo da cabeça, uma visão que ele queria ter todos os dias quando chegasse em casa.

Podia imaginar ela sentada no sofá com as meninas, o esperando para jantar.

É oficial, ele estava ficando doente.

Assim que eles entraram, Fernando puxou a cadeira para ela sentar e sentou-se bem ao seu lado, perto demais. Stenio conhecia o delegado, afinal, ele era um advogado criminalista e Fernando era o delegado da principal delegacia da Barra da Tijuca, seu principal reduto. Já tinha tido sua cota de desentendimentos com o cara. Coisas bobas, até porque Stenio não era de incitar violência, muito menos com a polícia, mas vê-lo ali tão casualmente com ela era demais até para ele.

Ricardo estava certo, ele não era sua única competição. Era de se imaginar só de olhar para ela. Aquilo iria ser o motivo do seu colapso.

O cara colocou um braço ao redor da cadeira dela, se inclinando para falar em seu ouvido, fazendo ela rir tão alto que seu corpo inclinou para mais perto do dele e a cabeça involuntariamente foi jogada para trás. O coque se desfez, fazendo os cachos desabarem como cascatas pelas costas dela. Fernando enrolou um deles entre os dedos.

Que inferno, mas será que todo mundo tinha o olho nela?

Stenio não incita violência. Nunca. Mas ali ele viu sangue. Desejou tantas coisas ruins aquele homem que mal poderia listá-las sem medo.

Laís riu quando viu ele batendo os pés nervoso. A advogada jantava com ele e só aceitou o convite porque entendeu perfeitamente o motivo da insistência dele em comer tão longe do escritório, principalmente porque o lugar era ainda mais longe da casa dela.

A sócia de Stenio não sentiu nenhuma surpresa ao ver a delegada entrar lá.

Mas o advogado estava decidido, empenhado até, a acabar com a concorrência, um por um. Ele podia começar fazendo ciúme de volta. Não, aquela era uma estratégia estúpida. Primeiro, porque Helô era excelente, muito melhor que ele, em esconder o que sentia de verdade e, segundo, porque ela demoraria ainda mais a querer se aproximar dele.

Não, isso ele não poderia fazer.

Pediu licença a Laís e foi até a mesa dela. Caminhou com passos precisos até lá, não que ele tivesse um plano nem nada, ia ter que improvisar.

evermore (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora