A/N: só queria agradecer a todo mundo que comentou e se animou com essa história, vocês são maravilhosos, prometo que já já a gente começa as provocações entre eles.
Depois das filhas, Ricardo foi simplesmente a melhor coisa que já aconteceu com ela. Sem ele, Helô não saberia o que teria sido dela.
Ele estava lá quando ela mais precisou. Amparou ela de todas as formas possíveis. Serviu de suporte e acalento em sua dor. Mas não só isso, ele também trocou fraldas e fez mamadeiras. Levou e buscou na escola, passou noites em claro e ajudou em despesas que não lhe eram prescritas.
Helô não seria ingênua de dizer que não sabia o porquê ele fez tudo aquilo.
Ele queria ela, sempre quis. Queria ela ainda quando a via sair do quarto de Stenio, desarrumada, com as roupas do dia anterior.
Mesmo uma versão mais jovem e ingênua sua podia identificar o anseio que exalava dele em ondas e o desejo que parecia sufocá-lo toda vez que ela recusava o café que ele oferecia. Stenio nunca foi do tipo de acordar cedo e ela nunca achou apropriado exceder sua estadia.
Quando ele apareceu na porta da casa de sua tia, ela não ficou necessariamente surpresa. Não que ela esperasse que a admiração que o amigo de Stenio tinha por ela fosse o suficiente para fazê-lo cruzar o Brasil atrás dela, mas aquilo era a cara dele de alguma forma.
O fato é que ele sempre esteve presente, e era o mais próximo que as meninas tinham de uma figura paterna. Mesmo que eles nunca tenham morado juntos e nem nunca tenham tido um relacionamento sério.
Ela deixou claro para ele as condições de se envolver fisicamente com ela, desde a primeira vez que aconteceu. Já tinha prometido que não ia deixar nada igual ao que aconteceu com Stenio acontecer de novo. Demorou alguns anos, mas eventualmente ele entendeu o quão irredutível ela era com relação a esse ponto específico.
Helô não estava emocionalmente disponível para ninguém.
Era óbvio que ela era grata e era óbvio que o amava, só não era bem como ele esperava.
Ele ainda protegia e cuidava das filhas dela e eles ainda caiam na cama um do outro, mesmo que com menos frequência nos últimos tempos. Eles se davam bem e é isso que importa.
Enquanto Ricardo tentava convencê-la de se juntar à pista de dança, ela sentiu os pelos na sua nuca e nos seus braços se arrepiarem, um peso pairou em suas costas. Aquele sentimento era fácil de reconhecer, era o extinto da delegada, deixando ela saber que estava sendo vigiada. Correu a visão pelo salão para encontrar Stenio parado na parte alta da sala, que dava para um bar improvisado.
O advogado não olhava para ela, nem sequer buscava seu olhar. Os olhos dele estavam fixos nos braços dela em volta de Ricardo, como se ela e o perito fossem dois alienígenas e ele estivesse presenciando a cena mais bizarra de sua vida.
Helô não sabe ao certo o porquê, mas se recolheu do abraço imediatamente, mantendo um passo de distância do perito. Será que Stenio não sabia da associação dela com Ricardo? Impossível, o próprio teria contado a ele, eles eram amigos afinal.
A verdade é que ela nunca nem tinha parado para pensar na reação dele quando o assunto era o envolvimento dela com Ricardo, o que eles tinham era algo tão trivial e Stenio era uma realidade tão distante que o assunto nunca nem tinha cruzado seus pensamentos.
E ela também não tinha nada a ver com o fato do melhor amigo de Stenio ter se oferecido para assumir a paternidade das filhas dele, ele que escolhesse melhor as amizades.
Pela cara do advogado naquele membro, ele estava bastante surpreso.
Ricardo comentou algo que ela mal pôde registrar, tamanho era o peso do olhar fixo de Stenio nela. Pediu licença para ir ao banheiro.
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evermore (steloisa)
RomanceHelô e Stenio se conheceram na faculdade e se envolveram numa explosão de sentimentos, mas a imaturidade e o medo fez a relação acabar da pior maneira possível. Quando se reencontram anos depois, muitas coisas escondidas pelo tempo, virão a tona. S...