Helô e Stenio se conheceram na faculdade e se envolveram numa explosão de sentimentos, mas a imaturidade e o medo fez a relação acabar da pior maneira possível.
Quando se reencontram anos depois, muitas coisas escondidas pelo tempo, virão a tona. S...
A/N: We've come a long long way together, my friends. E chegamos ao final. O final, mas talvez não o fim, nunca se sabe né? Ainda mais depois de 323 páginas e um pouco mais de cem mil palavras.
Obrigada a todo mundo que acompanhou essa jornada e a todo auxílio e apoio que eu recebi aqui. Foi bom estar com vocês!
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Helô acordou em uma cama estranhamente vazia e uma casa misteriosamente silenciosa. As 9:30 da manhã de um domingo, suas crianças já estavam acordadas e ativas, por outro lado, Stenio ainda estaria dormindo pacificamente ao seu lado, com seu cabelo bagunçado e seu sono pesado de sempre.
Ouviu risadinhas e cochichos vindas de algum cômodo da casa, junto com o som sutil de copos e panelas sendo movidos.
No último mês e meio, muitas mudanças aconteceram ao redor do seu apartamento. Com Stenio se mudando para morar com elas, o espaço agora estava sempre preenchido por ele, na sua bancada, no seu guarda roupa, na sala quando ela chega do trabalho e na cama quando iam dormir.
Depois do espetáculo com o caso do assassino, o advogado se mudou para sua casa como se ele já não estivesse praticamente morando lá. A mudança foi quase imperceptível para ela e para as meninas, tão acostumadas que estavam com a presença dele naquele ponto.
Os primeiros dias foram difíceis com Stenio e seu braço machucado, mas ela deu o seu máximo para cuidar dele e mantê-lo confortável para que a recuperação fosse tranquila.
O casal ganhou certa notoriedade na mídia depois que a história atingiu as massas. A delegada e o advogado que tiveram sua história de amor na mira de um assassino cruel e impiedoso.
Os jornais e o senso comum adoram histórias assim. O grande público também.
Helô não conseguia ir ao shopping sem que alguém parasse ela na rua para dizer o quão corajosa ela foi e quanto ela era uma inspiração para mulheres. Ela não ligava para a atenção, mas também não gostava muito daquela comoção em volta de sua vida pessoal.
Saiu do quarto na intenção de procurar seus amores e descobrir o que eles andavam aprontando. Encostou na porta da cozinha, mantendo sua presença em segredo, para observar Stenio e suas crianças: Laura sentada no banco, mexendo algo dentro de uma tigela, e Cecília sentada na bancada ao lado do pai com um livro na mão, lendo instruções para o que ele fazia no fogão.
As meninas estavam aprendendo a ler e Stenio incentivava elas mais que ninguém, fazendo as duas pararem para ler qualquer placa, outdoor, cartaz ou folheto, que encontrassem pela rua.
Ela sorriu com a imagem de uma manhã casual em sua família, ainda não anunciando sua presença. De qualquer forma, adorava assistir Stenio cozinhar quando Creusa estava fora, as habilidades dele na cozinha eram especiais e raras de testemunhar.
"Papai, tô cansada de misturar! Quero ir acordar a mamãe!" Laura largou a colher e a tigela, batendo as mãos nas pernas.
"Shhh, Lala! Você vai acordar a mamãe antes da gente terminar." Cecília cruzou os braços, olhando de cara feia para a irmã.
