HIATUS
Stella Benett sempre viveu em um mundo cor de rosa, uma ótima aluna e filha, de cabelos loiros com um caráter impecável e um dom extraordinário para o desenho. Mas seu interesse pela fantasia e a arte a fez cogitar entrar em um clube de RPG d...
Aonde Eddie aparece na janela do quarto de Stella pedindo para vê-la, tentando compensar a poucaquantidade de tempo que tinham para passar juntos no dia a dia.
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As vezes em que se viam nos intervalos ou depois do fim da aula se tornaram bem mais frequentes. No intervalo não tanto, pois queriam equilibrar o tempo passado um com o outro junto ao tempo que passavam com seus respectivos clubes e grupos sociais. Na verdade suas vidas eram muito diferentes, moravam em bairros diferentes, classes sociais diferentes, tinham as próprias ocupações, próprias famílias, próprias aulas, e seus próprios amigos, então equilibrar tudo isso ao tempo em que passavam um do lado do outro era um pouco complicado.
Pelo romance secreto, não podiam ser vistos juntos, e não podiam sequer deixar surgir a teoria de que estavam juntos quando saiam dos lugares e voltavam sem grande intervalo de tempo. Dentro das salas de aula podiam abrir algumas pequenas exceções pois quem os rodeava era apenas um número limitado de pessoas, e mesmo assim tinham medo de que uma dessas pessoas comentasse algo a respeito pelo colégio. Quando o Eddie sumia, o Hellfire sentia falta. Quando a Stella sumia, o clube de arte sentia falta. E ambos os grupos sabiam que eles estavam dividindo seu tempo para se encontrarem em segredo (o Hellfire sabia, já no clube de arte apenas a Lucy sabia (parcialmente, ela não sabia de muita coisa)).
Suas rotinas quase não batiam direito. Seu itinerário de aulas era diferente exceto por algumas poucas que acabavam por acontecer ao mesmo tempo, e quando a aula terminava às duas da tarde precisavam ir correndo pra casa, Stella principalmente já que seus pais eram extremamente preocupados, mesmo que o tio do Eddie não se importava tanto com o seu atraso. Stella não podia sair, principalmente se fosse á noite, o dia do jogo de basquete e o do Caixão Corroído foram duas exceções. Suas únicas formas de ver o Eddie eram as vezes na escola, volta e meia á distância do outro lado do refeitório, no fim da aula, ou nas aulas de apenas 50 minutos com várias pessoas em volta que os impossibilitavam de serem próximos um do outro, e por fim o melhor de todos: os intervalos.
Os intervalos eram longos períodos de tempo em que podiam se isolar do resto do mundo e aproveitarem a companhia um do outro sem interrupções e comentários desagradáveis. O intervalo do almoço durava em média uma hora, e era o melhor de todos. Tudo bem que as vezes precisavam sacrificar esses encontros para verem seus amigos e conversar sobre os assuntos de cada grupo, mas podiam fazer isso talvez por, sei lá, duas vezes por semana?
Agora que estavam namorando e foi estabelecida intimidade suficiente para começarem a dar seus primeiros beijos, eles não conseguiam mais parar. As vezes estavam conversando e Eddie puxava o assunto a elogiando e a beijando em seguida. As vezes eles terminavam algum assunto e ficavam se encarando em silêncio esperando alguma nova conversa, e já que ninguém havia começado se beijavam mais uma vez e murmuravam demonstrações de carinho. As vezes Eddie simplesmente começava a se aproximar com sua voz arrastada e charmosa segurando suas mãos e puxando Stella de pé para que se aproximasse mais dele, já com o intuito de talvez ganhar alguns beijos. Se beijavam quando estavam se despedindo e se beijavam após um "longo" período de tempo sem verem um ao outro (eles se viram ontem).
