Across the Seven Seas - ZoSan

だっせー

Zoro estava razoavelmente familiarizado com as coisas se comportarem de formas inesperadas, de pessoas serem fora do personagem. A vida não é um filme e os traços de personalidade de cada um não são fixos e imutáveis, direcionados meticulosamente pela mão de um roteirista. Seres humanos são um pouco mais imprevisíveis que isso. Talvez ainda mais para Zoro que não era exatamente um às em compreender os outros.

No entanto, o incidente daquele dia o deixava mais inquieto que o normal. Não apenas porque Sanji estava se comportando de forma que nunca esperou, mas porque ele próprio estava se comportando fora do seu normal. E uma coisa era não entender os demais, mas Zoro sempre teve alguma confiança que entendia a si mesmo.

Zoro era simples e direto, não gostava de coisas trabalhosas, gostava de rir das bobeiras dos amigos, de lutar com sua irmã, de sair por aí e voltar à noite, depois de um dia inteiro de se aventurar nos lugares mais aleatórios da cidade. Zoro se interessava por pessoas com moderação, apenas aquelas que já mantinha próximas de si.

Talvez nem tudo fosse tão simples quanto imaginou.

O dia começou como todo dia começaria, com Kuina reclamando que ele ronca muito, com Koshiro servindo o arroz e misoshiro para um Zoro ainda de olhos fechados. O dia continuou como sempre continuaria com Luffy o arrastando para lugares aonde não iria normalmente, com as aulas embalando seu sono.

MrPrince32 (21:45): Ocupado.

Era o que dizia a última mensagem de Sanji e talvez seu dia tivesse continuado absolutamente normal se apenas tivesse ignorado e ido dormir. Mas Zoro estava com muito tédio e talvez, apenas talvez, o pensamento de que sabia exatamente o que o idiota estava fazendo o irritasse um pouco.

swordz11 (15:10): já acabou?

Ele digitou, sem esperar que o outro respondesse, mas já pronto para xingá-lo de qualquer forma.

Por mais que seu celular tenha vibrado ao receber a notificação e de relance Sanji olhado para o objeto, vendo a mensagem na tela acesa, seu cérebro e muito menos seu corpo não poderiam se importar menos. Era o dia da semana em que ele pertencia unicamente a sua namorada, e o corpo escultural dela de quatro na cama, empinada e o recebendo tão bem não permitiam que ele prestasse atenção a qualquer outra coisa.

Ele continuou por algumas horas amando sua princesa, até ambos estarem exaustos e caírem na cama quase mortos. Sanji esqueceu da mensagem, então foi tomar banho primeiro, sendo recusado a dividir o chuveiro com sua deusa, já que ela sabia muito bem suas intenções.

Ao terminar alguns minutos depois, foi a vez dela ir para o chuveiro e como de costume ela demorava um pouco mais lá dentro. Aqueles momentos eram um completo tédio, então ele normalmente reunia as roupas perdidas pelo quarto e arrumava a bagunça, limpando vestígios e recuperando camisinhas perdidas.

Dessa vez era diferente. Ao recolher a lingerie, em especial a meia calça, Sanji teve uma ideia idiota que não conseguiu tirar da cabeça tão fácil.

Ele queria reprimir aquele pensamento, mas quando viu já estava subindo a meia calça por suas longas pernas, sentindo o tecido em contato com a pele delicada, achando aquela sensação diferente e bem agradável. De relance ele viu o salto agulha que sua princesa estava usando quando chegou e não resistiu em calçar.

Os dois aparentemente usavam um número parecido (mesmo que Sanji tenha tido que forçar seu pé a caber lá dentro) tanto de roupa quanto de sapato, então não estava tão estranho nele. Claro, sem levar em consideração que ele estava usando uma roupa feminina.

Seus olhos azuis estavam fixos no espelho, em sua imagem trajando aquelas peças. Ele não sabia bem o que sentir, deveria ser só uma brincadeira, não… Aquilo. Seu cérebro sem dúvidas estava louco por estar fazendo com que achasse que se vestindo assim ele ficava atraente.