エロ

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Notas: Boa noite brasil bom dia japãooooooo, finalmente estamos chegando em algum lugar?


𓆝•° 。 𓆟


— É uma hora ruim?

— É uma hora péssima.

Zoro suspirou e entrou no quarto da irmã mesmo assim. Não era assim tão diferente do seu, os poucos tatamis que o formavam já um pouco gastos e nas paredes apenas imagens de espadas e espadachins. Zoro se lembrava bem de quando algum dos colegas de classe comentou, durante uma conversa absurda e idiota sobre nascer de outro jeito, que Zoro seria uma péssima garota. Ele não entendia. Se tivesse nascido uma garota, provavelmente seria do mesmo jeito que ele é, que Kuina também é.

— É aquela sua dor de cabeça estranha que dá todo mês?

— Exato, Zoro. Minha dor de cabeça. Exatamente isso. — Kuina suspirou como se falar com ele fosse tão difícil quanto falar com uma porta. Zoro não entendia se não fosse dada uma explicação, mas não estava ali por mera curiosidade, de qualquer forma.

Ficou um tempo em silêncio, esperando permissão ou quem sabe esquecer aquilo e apenas sair pela porta e voltar aos seus próprios pensamentos.

— Desembucha, matinho.

— Lembra quando falei que levei um block?

— Vagamente. — Zoro a olhou feio. — Que foi? Sua vida não é tão interessante assim, garoto, eu tenho mais o que fazer.

— Enfim, foi engraçado daquela vez.

— Tá, e? Foi bloqueado de novo e agora doeu? — Kuina perguntou, se virando de bruços debaixo das cobertas.

— Não, não fui. — Era aí que morava o xis da questão. Sanji não o havia bloqueado novamente, mas mesmo assim o gelo era palpável, a indisponibilidade visível em conversas infrutíferas e desculpas para ficar offline. Era quase a mesma coisa de não estarem se falando. — Sabe quando você faz algo que alguém sugeriu? Mas a pessoa aparentemente não fica tão feliz assim? Por que alguém te diria pra fazer algo se ela própria não queria aquilo pra começo de conversa?

— Porque nem ela sabia disso, oras.

Huh. Fazia sentido. Sanji era estúpido, e isso é estúpido. Zoro só não sabia como consertar aquele climão, nem porque exatamente ele havia começado. Não havia ofendido o francês, nem sequer falou nada demais. Não sabia se era o fato de que Sanji provavelmente já tinha certeza que Zoro estava falando sobre um cara e não sobre uma garota, mesmo que nem tinha dito isso. Preferia acreditar que não. Sanji podia ser extremamente idiota em relação a esse tipo de coisa, mas não nesse nível.

Do outro lado do globo, Sanji se martirizava. Talvez estivesse sendo infantil. Não, definitivamente ele estava agindo como uma criança. Reagir daquela forma ao saber que Zoro tinha ficado com alguém era muito radical. Eles nem tinham nada. Ou sequer queriam ter. Não é como se ele estivesse apaixonadinho pelo japonês irritante, muito pelo contrário, odiava aquele cara. Ou era assim que eles fingiam se sentir. Sua namorada era impecável, mas nos últimos dias ele não estava muito afim de encontrá-la. O pensamento da última vez, o desejo de simplesmente fodê-la para esquecer algo que o irritou, o fazia sentir nojo de si mesmo. Ele não era assim. Ele não fodia, fazia amor fofinho. Amava e idolatrava. Agora seus pensamentos estavam completamente carnais e indecentes, ao ponto de precisar evitá-la.

Assim como a evitava, também evitava Zoro, fingindo não estar online, não respondendo, não enviando nada. Não estava mais se reconhecendo. Aquilo foi um baque muito grande para ele, não conseguia descrever o que sentiu, sequer compreendia. Deveria estar tudo bem Zoro ficar com um cara, Sanji não estava incomodado por esse motivo. O problema era muito mais do que ser um homem.

Across the Seven Seas - ZoSan Onde histórias criam vida. Descubra agora