ℂ𝔸ℙ 2

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Pov's S/n Barnes

Eu desço da parte traseira da moto e desamarro a alça embaixo do meu queixo.

- Obrigada - eu digo a Issac.

Eu jogo o capacete para meu irmão, mas ele apenas pega e dá uma tragada no cigarro, olhando ao meu redor para o que está atrás de mim e para o que está na minha frente - com as pálpebras semifechadas. Eu agarro as alças da minha mochila.

- O que? - Ele hesita por um momento, olha para baixo e balança a cabeça enquanto dá outra tragada.

- Eu só aceito o Bucky estar pagando por este lugar porque eu sabia que você não estaria interessada nos caras te comendo com os olhos.

O vento sopra através da plumeria que já está decorando o campus, e os alunos andam pelo estacionamento, enquanto outros descem dos carros e saem para várias reuniões de esportes ou clube antes da aula.

- E quanto às mulheres me olhando? -
Eu provoco - Está preocupado com elas?

- Estranhamente, não - Ele brinca - Elas não podem engravidar você.

Eu zombo, olhando para a direita e vejo alguns alunos descendo a calçada na nossa direção e na frente da escola.

Jenna Ortega encontra o meu olhar quando ela passa com sua mochila cinza, com pequenos polvos rosa desenhados no bolso da frente, e ela se esforça ao máximo para parecer entediada e impaciente. Mas o sorriso travesso em seus lábios me avisa que ela se divertiu muito na loja de vestidos na noite passada. Nós não terminamos.

Seu olhar se dirige para Issac, e eu me viro para ele, vendo seus olhos fixos nela também enquanto ele fuma o resto de seu cigarro. Mas, embora ele esteja bem ciente de que ela me humilha, ele parece estar tendo ideias de todas as coisas que poderia fazer com ela em um quarto escuro. Ou em um banco traseiro de um carro. Idiota.

- Você aceita que o Bucky pague por este lugar, para que você possa comer com os olhos as garotas católicas em suas saias curtas quando você vem me deixar todos os dias - eu digo.

- Ela já deve ter dezoito anos agora, não é? - Eu balanço minha cabeça.

- As riquinhas e santinhas não fazem o seu tipo.

- Todas fazem o meu tipo quando estão nuas - Que nojo. Eu recuo, virando o dedo do meio para ele.

- Vejo você depois da escola - Mas ele balança a cabeça, me parando - Não. Venha aqui.

- Pode ser isso.

Ele joga o cigarro, com a guimba ainda queimando na entrada da escola. Ele estende o braço, um sorriso caloroso e arrogante em sua boca. Eu suspiro,
revirando meus olhos antes de voltar e abraçá-lo.

"Pode ser isso" O lema da família Barnes. Ou o aviso Tryst Six, como você quiser chamar isso. O falecimento de nossos pais foi um choque tão grande que fazemos questão de nos lembrar de não brigarmos agora. Para não perder tempo. Para não deixar nada sem ser dito. Pode ser isso. A última vez que nos vemos.

- Se cuida - murmuro em seu ouvido, baixando os olhos para a tatuagem em seu pescoço. É o mesmo símbolo que fica pendurado na parede de nossa casa, na garagem e que decora a pulseira de couro que todos os Barnes usam. "Uma cobra enrolada em uma adaga". Ele me abraça com força por mais um momento e depois me solta.

- Você também.

Um olhar, um sorriso. E então ele sai sem um capacete na cabeça e os cotovelos marcados com feridas visíveis saindo da sua camiseta preta, uma amostra da última vez que ele andou com sua motocicleta. Eu o observo até que ele saia do estacionamento, vire à direita e desapareça na rua.

𝕋𝕣𝕪𝕤𝕥 𝕊𝕚𝕩 𝕍𝕖𝕟𝕠𝕞 - 𝙹𝚎𝚗𝚗𝚊 𝚇 𝚈𝚘𝚞Onde histórias criam vida. Descubra agora