Capítulo 8

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Victória 📍
Complexo da Penha| 1:00 am


Me olhava no espelho e abro o roupão vendo a roupa que eu usava por baixo.

Às vezes eu paro e penso o que estava fazendo da minha vida?

Estou fazendo merda.

A roupa que eu usava por baixo era uma renda vermelha. A maquiagem pronta e o meu cabelo cacheado solto da mesma cor que a renda que eu usava.

Fecho de novo os olhos.

— É a primeira vez aqui? — me viro quando a mulher fala comigo ao meu lado.

Era uma sala pequena onde tinha dez mulheres arrumadas aqui. Todas já faziam e eu era a primeira nesse negócio.

— Uhum... — pego o batom vermelho e passo.

— Parece nervosa — encaro seu cabelo preto azulado — Não sei o motivo que você está aqui, mas uma hora você vai aprender a se acostumar.

O problema é que eu não quero me acostumar, quero um dinheiro agora porque precisava, mas não pretendia me manter nisso. Acredito que um dia eu volte a fazer o que eu gostava.

— No primeiro dia é ruim, você fica assustada com a quantidade de caras que tem que se envolver, mas com o passar dos dias vai virando rotina — ela sorri fraco e abaixa o olhar — Gabriela — diz seu nome.

— Victória — falo o meu.

Não temos muito papo quando o homem chama a gente pra entrar. Retiro o roupão que me cobria, dou mais uma olhada no espelho e saio do ambiente.

A música baixa e a luz baixa composta por algumas luzes vermelhas espalhadas.

Gente que babado.

Tava cheio de homens daqui, uns eu reconhecia, outros não.

Mas a cena que me chama a atenção é ver Renata junto a Cecília e Érica entrando nesse lugar. As minhas amigas pegam uma mesa e se sentam, eram as únicas mulheres que estavam sentadas nesse ambiente ao lado dos homens.

Mas não era possível.

As mulheres já vão até às mesas se dividindo. Eu faço o mesmo, começo a andar e olho pra todos, sabia que estava recebendo os olhares, então antes de qualquer coisa eu mantenho meu olhar nelas eu vou até a mesa das três.

— Meu Deus — Érica diz — Eu não acredito.

— Caralho Foguinho, quanto é pra ficar contigo? — ela abre o riso e eu também.

— Você é maluca — Ceci diz impressionada.

Maluca era elas aqui.

— O que vocês estão fazendo aqui?

— O quê? Achou que a gente não vinha te apoiar no seu primeiro dia de puta? — só elas pra me descontrair.

Tava me sentindo uma medrosa.

— Trouxe um casaco pra você, lá fora tá frio e aposto que você não trouxe — Japa mostra o casaco rosa — Qualquer coisa se quiser desistir dessa loucura, a gente vai embora agora.

Sorri pra elas. Que droga, amava elas e considerava minha família.

— Espera aí, aquele ali é o cabelinho? — Renata reconhece de longe.

Me viro no susto e a mesa afastada com quase nenhuma iluminação.

— Onde? — forço a vista.

— Nessa direção mesmo que você tá olhando.

Redenção - RETIRADA 13/10Onde histórias criam vida. Descubra agora