Filipe (Abelha) 📍
Anos depois...
— Tu já falou que estava vindo — falo no celular com ela.
— Eu sei amor, mas agora eu estou indo.
— Você disse já tem meia hora, Victória.
— Então, eu estava me preparando pra ir, mas agora eu estou indo de verdade.
— Te dou dez minutos pra chegar em casa — ela ri alto do outro lado da linha, afasto o celular da minha orelha e fico quieto.
— Me fala Filipe, como vou chegar em dez minutos em casa se eu estou saindo do meu escritório agora?
Toda metida essa garota, até hoje escuto o tom de felicidade dela quando fala que tem seu próprio escritório e administra tudo sozinha.
Outro nível.
— Vem voando.
— O único que consegue voar aqui é você, abelha — zomba.
— Olha só Victória... — me estresso com essa mulher.
— Vai brigar comigo logo no meu aniversário amor?
— Por isso mesmo sua puta, tu falou que não ia trabalhar, meteu mó caô pra mim ontem de noite e hoje meteu o pé cedinho.
— Ontem eu disse isso na emoção quando a gente tava transando, você é um safado tentando me manipular através do sexo.
— Achei que tava funcionando...
— E estava na hora, mas aí quando acordei a gente não estava mais transando e eu voltei ao normal.
Na hora vejo entrando na minha casa a japa com as coisas pro aniversário da Vick.
— Então se eu te acordasse com um oral hoje você não ia trabalhar? — a japa faz careta me olhando.
— Você deveria ter tentado, perdeu a oportunidade amor.
Sigo a japa que vai até a minha cozinha, ela começa a colocar os potes de comida que fez. Farofa, maionese, molho, arroz, lançou a braba.
— Fez a boa — olho pra ela.
— Tá falando com quem? — escuto a psicopata na linha.
— Com uma loira aqui — brinco.
— Vocês dois são malucos — Japa sussurra rindo.
— Me diz que vai querer você nessa idade, se antes você já era velho, agora você está mais antigo que antes — dei risada junto com ela — Cada vez mais parecido com a rainha Elizabeth.
— Eu ainda tô pro gasto, só tu que fica nessa.
— Nessa o que cara, mesmo você ficando mais velho que nunca, eu vou amar, você sabe que eu amo um cara antigo.
— Tu me esculacha de graça, vou pedir o divórcio.
— Meu amor, tu não vai se separar de mim — ela solta uma risada — Só se eu morrer.
Tô te falando que ela é maluca.
— Sorte a tua que eu me amarro nesse teu jeito.
— Eu sei, sei muito bem disso — conhecendo ela muito bem, sei que está com um ar de sorriso no rosto — Espero que tenha comprado uma cerveja pra mim.
— Já tá na geladeira.
— Ótimo, já estou indo pra casa.
— Cuidado, tá de noite já e tu nessas querendo voltar pra casa, nem era pra ter ido.
