Redenção - RETIRADA 13/10

Capítulo 1

Filipe| Abelha 🚩
Complexo da Penha
00:40 am

"Se tiver alguma semelhança com a realidade é mera coincidência, isso aqui é apenas uma história!"

— Sete meses fora e decidiu voltar pro Brasil? — pica pau fala ao meu lado.

Olho pro baile acontecendo em minha homenagem. Movimentado, várias mulheres na pista dançando, alguns cara também dançavam ou não.

Aqui na parte mais escondida estavam os parceiros. Tomo minha água na tranquilidade só observando o movimento.

— Fala tu, eu nem voltava pro Brasil — cabelinho fala ao meu lado.

Solto uma risada fraca.

— Tinha que voltar, não ia deixar vocês três sozinho comandando isso aqui — digo — Falando nisso, cadê o Dino?

— Deve tá atrás de uma mulher aí — Pica pau respondeu.

— Cara emocionado, não sei que porra ele tem com aquela mulher que faz ele de otário — cabelinho reclama.

Sete meses fora e quando volta tá a mesma coisa ou pior.

— Falando nisso, vou atrás da minha que já me ligou enchendo o saco — pica pau vai metendo o pé.

— A lá, outro otário — o cara do meu lado reclama.

— Ele ainda tá com ela? — pergunto pro cabelinho.

— Claro que tá — neguei com a cabeça — Tenho certeza que essa mulher fez alguma amarração pra ele — fala do Danilo.

Ele tava com a mulher já tinha dois anos, a mulher judiava dele, fodia com a cabeça do moleque e toda vez eles terminavam e depois voltavam. Nunca entendi porra nenhuma dessa história, nem mesmo antes de eu ir embora eles sossegaram, tô vendo que o tempo passou e cada dia ele se afunda mais nesse relacionamento.

Talvez ela deva usar as mesmas táticas que eu já escutei ela falando pra ele, o filho dos dois, que agora tá morto.

Pica pau era feito de otário pela mulher.

— Ainda bem que tu voltou, só eu que tô solteiro nessa porra, ficar lidando com aqueles dois toda hora falando da mulher deles — cabelinho reclama — Era uma porra.

— Dino e Pica pau namorando então? — dou risada.

— Um papo só — ele bebe sua cerveja — Toma no cu. Falando nisso, tu resolveu teus b.o lá fora?

Sorri pra ele.

— Chega aqui — me sento no sofá que tinha ali.

Retiro do bolso da minha calça a maconha. Mostro pra ele que logo começa a dá risada.

— Então era isso o que tu tava fazendo lá fora?

— Abrindo minha própria firma? — passo a mão no rosto — Sou meu próprio chefe.

— Caralho, tá voando alto, tá até na gringa.

Pego a seda branca e começo a bolar um maneirinho do seu lado. O mesmo me acompanha.

— Degusto o importado agora — falo com ele.

O mesmo rápido já puxa dando o trago maneiro na maconha.

Passo a língua na minha e termino de bolar. Pego o isqueiro e acendo levando na boca, puxo forte.

— Caralho — solta o ar — Essa é boa.

Esse foi o motivo de ter me afastado esses meses. Abri o meu próprio empreendimento, já que aqui dentro do meu país eu consigo, fui lá fora e abri minha empresa. Virei empresário, tô lucrando alto e nada ia me parar.